A manifestação reunir vários governadores
Da Redação , Salvador |
06/04/2025 às 18:34
Milhares de pessoas na Paulista
Foto: Redes Sociais
Milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) participaram de um ato na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo, na tarde deste domingo (6), convocado pelo ex-presidente. A manifestação pedia a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília.
Além de Bolsonaro, estavam presentes na manifestação o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); o do Paraná, Ratinho Junior; o do Amazonas, Wilson Lima; o de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); o de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil); e o de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).
O protesto começou por volta das 14h com uma oração puxada pela deputada federal Priscila Costa (PL-CE), vice-presidente do PL Mulher.
Houve discursos em defesa do projeto de lei em tramitação na Câmara que concede anistia a condenados pelos atos antidemocráticos. O vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), afirmou haver uma articulação forte para colocar o texto em votação.
Do alto do trio, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pediu uma "anistia humanitária" aos condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes.
Segurando um batom na mão, ela saiu em defesa da cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa por ter pichado com um batom a estátua "A Justiça", em frente ao STF em Brasília.
Vários manifestantes, vestidos de verde e amarelo, também levavam nas mãos batons e alguns até batons infláveis em referência ao caso da pichadora, que virou símbolo da direita no seu discurso de que sofre perseguição. O PL já cogita lançá-la a deputada no ano que vem.
Débora é ré no STF não só pela pichação com os dizeres "perdeu, mané", mas também por ter aderido, segundo a Procuradoria-Geral da República, ao movimento golpista desde o fim das eleições de 2022. Ela é suspeita também de apagar provas, obstruindo o trabalho de investigadores e da Justiça.
Discurso de Bolsonaro
Por volta das 15h40, Jair Bolsonaro discursou e pediu anistia para os presos. Fez críticas ao STF e ao presidente Lula. Ao defender o seu governo, elogiou a sua equipe econômica na época, citou a criação do PIX entre os feitos da sua gestão e afirmou ter havido uma "interferência" que fez mudar o resultado final das eleições de 2022.
"Sabíamos o que estávamos fazendo, mas, lamentavelmente, a pressão foi enorme, inclusive, de fora do Brasil, mas temos esperança", afirmou.
O ex-presidente lembrou ainda quando viajou aos Estados Unidos dias antes do fim do seu mandato. Ele disse que "o golpe deles só não foi perfeito" porque no dia 30 de dezembro de 2022 ele saiu do país. "Algo me avisou", afirmou, acrescentando que, se estivesse no Brasil em 8 de janeiro, teria sido preso "e estaria apodrecendo até hoje ou até assassinado".
Bolsonaro também citou o filho Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do mandato de deputado federal e se mudou para os Estados Unidos alegando perseguição política.
"Tenho esperança que de fora venha alguma coisa para cá", afirmou, acrescentando que Eduardo "tem contato com pessoas importantes do mundo todo e está lá nos EUA", mas sem dar detalhes. Um dos aliados de quem a família Bolsonaro busca apoio é o presidente americano, Donald Trump.
O ex-presidente criticou ainda o fato de estar inelegível por ter apenas "se reunido com embaixadores", mas disse que "eleições em 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia, é escancarar a ditadura no Brasil".