Com Diário de Noticias
Da Redação , Salvador |
11/03/2025 às 18:46
Premier Luis Monteiro caiu após 11 meses de governo
Foto: Lusa
Luís Montenegro garantiu, minutos depois do chumbo da moção de censura, que o Governo tentou “de tudo, mas mesmo tudo aquilo que estava ao nosso alcance”, mas que o PS se manteve “intransigente na sua proposta de ter uma comissão parlamentar de inquérito prolongada”.
O PS, disse o primeiro-ministro, pretendia “contaminar” a governação alegando que ficou claro que “o PS não quer respostas, mas quer o prolongamento do impasse”.
Luís Montenegro revelou que foi feita uma contraproposta ao PS que queria uma comissão parlamentar de inquérito a 90 dias. O Governo, disse, foi “quase até aos 80 dias”. Ou seja, “até 30 de maio havia tempo suficiente”. Porém, o PS, sustentou, “não quer esclarecimentos” – quer uma “degradação”.
“Tentámos tudo para evitar uma crise”, assegura Montenegro.
O Governo apresentou inicialmente uma proposta de retirar a moção de confiança, aceitando a comissão de inquérito proposta pelo PS e o seu objeto, mas com um prazo de quinze dias, em vez dos 90 previstos. Como o “PS não respondeu”, o Governo propôs o final de maio como prazo limite para ter as conclusões da comissão parlamentar de inquérito.
Pedro Nuno Santos diz "lamentar" o que aconteceu no Parlamento. "Foi uma vergonha", acusa, referindo que o Governo usou "manobras, jogos, truques" para tentar fugir ao escrutínio da Comissão Parlamentar de Inquérito.
E, diz, "é importante não esquecer o que estava em discussão: uma moção de confiança e não uma CPI. O Governo quis usar a moção de confiança como chantagem".
"O que não se entende é por que motivo o primeiro-ministro não retirou a moção", diz o líder socialista. "Bastava retirá-la".
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já convocou os partidos para audições no Palácio de Belém na quarta-feira, e o Conselho de Estado para o dia seguinte, na sequência da queda do Governo.
Marcelo Rebelo de Sousa convocou ainda a reunião do Conselho de Estado para as 15:00 de quinta-feira.
O decreto de dissolução da Assembleia da República deverá ser publicado na sexta-feira, dia 14 de março. As eleições devem ser marcadas para 11 de maio ou, o mais tardar, no dia 18.