Vereadora eleita Aladilce diz que é preciso mobilizar a sociedade
MB , Salvador |
07/12/2024 às 19:45
Audiência pública na Paróquia de Santana
Foto: DIV
“Só com a sociedade realmente mobilizada nós conseguiremos avançar no processo de revisão do PDDU, porque a bancada governista tem maioria e a pressão da especulação imobiliária é muito forte”. O alerta foi feito pela vereadora eleita Aladilce Souza (PCdoB), na audiência pública promovida pela Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público do Estado, na tarde desta sexta-feira (6), no Salão Paroquial da Igreja de Santana, no Rio Vermelho, para discutir a ameaça de dois “espigões” na praia do Buracão, no mesmo bairro.
Com a experiência de quem enfrentou a tramitação de dois planos diretores (2008 e 2016), virando noites obstruindo as votações, com a bancada da oposição, para impedir que o mercado imobiliário impusesse, com a conivência da bancada do prefeito, a flexibilização dos gabaritos na orla, Aladilce parabenizou os movimentos e coletivos organizados por estarem atuando em rede.
Pé na areia
“Eu vejo com esperança essa soma de esforços, o SOS Buracão, o Coletivo Stella Maris, o Gambá, o Germen, junto com universidades e Ministério Público. É esse suporte da população, nas audiências públicas obrigatórias do processo, nas votações, nas ruas, que nós vamos precisar para falar em nome de vocês, da sociedade que precisa ser ouvida”, enfatizou a vereadora eleita, que em janeiro assumirá seu quinto mandato na Câmara Municipal.
Além do caso das torres do Buracão, Aladilce citou a ameaça de construção de 8 prédios de até 18 andares, em um condomínio no estilo “pé na areia”, na beira da praia de Stella Maris, vários “espigões” na Pedra do Sal, Itapuã, Patamares, Armação e toda a orla da capital baiana. “É uma mudança completa do perfil da orla de Salvador, sem falar na barreira que esses paredões causarão à ventilação do restante da cidade”, alertou.
A audiência pública foi conduzida pela promotora Hortênsia Gomes Pinho, do MPE, que propôs às entidades e movimentos sociais uma campanha de conscientização crítica da população para os efeitos do sombreamento das praias, uma das consequências da verticalização sem controle. E sugeriu uma pressão política junto à Superintendência do Patrimônio da União, em nível nacional.
O evento contou com as presenças da procuradora Bartira Araújo Góes, do Ministério Público Federal; de Luiz Antônio e Miguel Sehbe, representando o SOS Buracão; da professora Isabel Perez, uma das coordenadoras do Coletivo Stella Maris; de Renato Cunha, coordenador do Gambá; Cláudio Mascarenhas, do Grupo GERMEN; Tiago Brasileiro, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).
Além de Aladilce, a promotora Hortênsia destacou a presença de políticos na audiência, como a deputada federal Lídice da Mata (PSB), os deputados estaduais Robinson Almeida (PT) e Olívia Santana (PCdoB), os vereadores Augusto Vasconcelos (PCdoB) e Marta Rodrigues (PT) e a vereadora eleita Eliete Paraguaçu (PSOL).