Com Correio Braziliense informações
Tasso Franco , Salvador |
19/11/2024 às 18:40
General Braga Neto
Foto: REP
A Polícia Federal afirma que um plano para colocar em prática um golpe de Estado e para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), começou a ser elaborado na casa do general Walter Braga Netto, em novembro de 2022.
Braga Netto foi candidato a vice-presidente na chapa liderada por Jair Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais. De acordo com mensagens recuperadas pela PF no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ocorreu uma reunião na casa de Braga Netto, em Brasília para criar estratégias para colocar o plano em prática.
Entre as ações, estaria a ida até Brasília de militares de batalhões do Exército de Goiânia e do Rio de Janeiro. "Após a reunião, no dia 14 de novembro de 2022, o Major Rafael Martis de Oliveira (‘Joe’), pergunta para Mauro Cid se haveria alguma novidade, possivelmente se referindo ao assunto tratado na reunião ocorrida no dia 12/11/2022. Diz: ‘Alguma novidade??’. Mauro Cid responde: ‘Eu que pergunto’. Joe diz: ‘Vibração máxima! Recurso zero!!’.
Na sequência, Mauro Cid pergunta: ‘Qual a estimativa de gastos? Falei pra deixar comigo.’ Joe diz que vai ligar para Mauro Cid. No entanto, Mauro Cid insiste para que Joe informe uma estimativa de gastos relacionados a hotel, alimentação, material. E sugere a quantia de ‘100 mil’. Diz: ‘Só uma estimativa com hotel. Alimentação. Material. 100 mil?’, destaca um trecho do relatório da investigação.
"Major Rafael Martins de Oliveira diz: ‘Ok!! Entorno disso. Vou te mandar’. Pelo que se infere, a troca de mensagens entre Mauro Cid e o Major Rafael Martins evidencia a existência de um planejamento, o qual necessitaria de ‘hotel’, ‘alimentação’ e ‘material’, com custo estimados em R$ 100.000,00 (cem mil reais). Além disso, os interlocutores indicam que estariam arregimentando mais pessoas do Rio de janeiro para apoiar a execução dos atos", completa o documento.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestará depoimento à Polícia Federal na tarde de hoje, em Brasília, de acordo com fontes ouvidas na corporação pelo Correio. Os investigadores querem saber se ele mentiu e descumpriu termos do acordo de delação premiada.
Operação Contragolpe
A Polícia Federal identificou o plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, a partir de mensagens recuperadas do celular dele. Com base nas diligências, foi deflagrada a Operação Contragolpe.
Equipes policiais estão nas ruas para cumprir cinco mandados de prisão, três de busca e apreensão e 15 de medidas cautelares expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. O caso está sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que retirou o sigilo da decisão.