Se a visita tivesse acontecido no inicio do seu governo teria maior impacto
Tasso Franco , Salvador |
17/11/2024 às 18:21
Biden falou à imprensa numa trilha do Musa
Foto: AFP
(A CRITICA) O discurso que encerrou a visita de Joe Biden a Manaus começou com menção ao ambientalista brasileiro Chico Mendes, assassinado em dezembro de 1988. Em um púlpito instalado no meio da mata do Museu da Amazônia (Musa), Biden lembrou famosa fala de Chico Mendes sobre a escala que a luta pelas seringueiras do Acre tomou ao longo dos anos e, o que começou como uma "simples" defesa das árvores, acabou se revelando uma bandeira da humanidade.
Biden lembrou que na época era senador (1973 a 2009) e ficou impactado pela fala do brasileiro e pela causa ambiental.
O presidente dos EUA lembrou dos anúncios feitos ao longo do dia e destacou a doação de 50 milhões de dólares adicionais para o Fundo Amazônia e manifestou apoio ao novo Fundo das Florestas Tropicais idealizado pelo Governo Lula.
Biden afirmou que iniciativas como essa representam uma nova base para a conservação internacional, que começa com recursos governamentais mas captará recursos privados. Ele fez referências à ameaça de retrocesso na área ambiental representada pela eleição do republicano Donald Trump, mas disse acreditar que a mudança da matriz energética mundial para modelos que contemplem energias limpas são um caminho irreversível para o mundo.
O presidente norte-americano embarcou ainda na tarde deste domingo para o Rio de Janeiro, onde participará da reunião do G-20.
GLOBO.COM
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou o aporte de US$ 50 milhões ao Fundo Amazônia durante a visita a Manaus, no Amazonas, neste domingo (17). Em seu pronunciamento, Biden também reforçou que deixa um 'legado forte' para Donald Trump, que assume a presidência americana em 2025.
O anúncio foi feito durante a agenda do democrata no Museu da Amazônia (Musa), onde ele se reuniu com lideranças indígenas da Amazônia brasileira e cientistas. O novo investimento elevará o total de contribuições dos EUA ao Fundo Amazônia para US$ 100 milhões.
A doação está sujeita à aprovação do Congresso americano - agora de maioria republicana - e tem como objetivo acelerar os esforços globais para conservar terras e águas, proteger a biodiversidade e enfrentar a crise climática.
"A luta contra a mudança climática vem sendo a causa da minha presidência. Não é preciso escolher entre economia e meio ambiente. Nós podemos fazer as duas coisas", destacou Biden em pronunciamento no Museu.
Criado há 16 anos, o Fundo Amazônia é considerado uma inciativa pioneira por reunir doações internacionais para financiar ações de redução de emissões provenientes da degradação florestal e do desmatamento, apoiar comunidades tradicionais e ONGs que atuam na região, além de fornecer recursos diretamente para estados e municípios para ações de combate ao desmatamento e a incêndios.
O presidente americano também anunciou que está lançando uma coalizão internacional para mobilizar, no mínimo, US$10 bilhões até 2030 para restaurar e proteger 20.000 milhas quadradas de terras.
Outras medidas anunciadas por Biden foram:
Emitir uma proclamação oficial para proteger a conservação da natureza no mundo inteiro.
Mobilizar, por meio da Corporação Financeira de Desenvolvimento, centenas de milhões de dólares em parceria com uma corporação brasileira para reflorestar a Amazônia.
Oferecer financiamento para lançar o Fundo das Florestas Tropicais, iniciativa do governo brasileiro.
Apoiar uma legislação que irá lançar uma nova fundação de conservação internacional, que irá utilizar fundos públicos para atrair bilhões de dólares em capital privado.
Assinou uma proclamação designando o dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação.