Prevê o que vai acontecer em seu mandato é exercício ideológico e cada qual fala as bobagens que quiser
Então, por que tantos erros? Por que será que esse pessoal e institutos de pesquisas não viram a onda vermelha que varreram os Estados Unidos de ponta a ponta?
Temos a impressão de que não queriam ver porque o ideológico não deixava. Colunistas de economia e politica no Brasil ainda ontem, à noite, quando Trump já havia praticamente definido a eleição, advogavam que Harris daria uma virada no final, em estados chaves.
Ora, nada disso aconteceu porque o povo americano, enfrentando inflação alta, perda de empregos, falta de recursos para pagar planos de saúde e outros, sem esperança de que haveria alguma mudança no governo Joe Biden (D) aceitou e acolheu o discurso de Trump, uma velha raposa da politica norte-americana e que conhece a alma do seu povo.
Kamala Harris foi uma novidade quando lançada por Biden diante de sua desistência por ser mulher e jovem, porém, seu discurso era de continuidade à politica do presidente em exercício na economia e nas relações externas sobretudo em relação aos imigrantes, mas que não encontrou eco na base popular do país, o que a esquerda de lá costuma chamar de "nazistas" e no Brasil de "fascistas". Só eles sabem onde se pode ajudar os mais necessitados e mais ninguém.
Só que esse discurso nos EUA não cola (e nem colou) porque a classe média ainda existe e quer sobreviver. E tem voz e voto. E foi o que aconteceu por lá.
Um candidato que ofereceu um leque de esperanças mais aceitável, mais real, enquando Kamala a medida que a campanha afunilava seu discurso não encaixava porque o conteúdo não é que os norte-americanos querem hoje e estão necessitados.
Não é que Trump venha a explusar todos os imigrantes dos EUA uma vez que isso é praticamente impossível, mas, conter novas ondas migratórias e fear esse ímpeto, isso certamente fará porque foi o que assegurou e a população em sua maioria aprovou nas urnas.
No Brasil, pelo contrário, forças políticas trabalham para demonizar e acabar com a classe média, estabelecendo-se uma fronteira entre ricos e pobres e/ou entre uma classe politica e juridica burocratizada e semi-rica e os pobres, empurrando a classe média para a condição de párias: fascistas, direitistas, evangélicos e assim por diante. E o patrulhamento é intenso e cruel.
Já se diz antes mesmo de Trump assumir que haverá uma perspectiva sombria com o Republicano no Poder, autoritarismo, deportação em massa de imigrantes, imposição de tarifas sobre produtos importandos, não aderência aos programas que possam reduzir o problema climático, ou seja, tudo de ruim, como se não houvesse uma politica mundial das relações do comércio e da indústria, e Trump agisse como protecionista pleno. Isso não existe.
O norte-americano (nem o brasileiro) deixa de comprar um veiculo japonês por essas questões e sim pelo preço e pela tecnologia. Os Estados Unidos perderam mercado para os asiáticos porque deixaram de ser competitivos. Foi-se o tempo em que se comprarva um carro Ford ou Chevrolet, porque eram os melhores em suas épocas, até que apareceram os Toyotas e Nissans.
Ora, alardear que Trump é uma ameaça ao processo democrático é outra sandice. Que força tem Trump para dizer a Lula que ele deve fazer isso e aquilo? Nenhuma.
Cada país que regule sua democracia. Vimos recentemente na França, presidene Emmanoel Macron, cujo partido perdeu as eleições legislativas para a esquerda, no entnto, manteve o primeiro ministro da centro direita graças a alianças politicas previstas na lei. Lula faz o mesmo: é considerado de esquerda e governa com alianças à direita e seu vice é um exemplar dessa fauna.
Então, a vitória de Trump é a vitória de democracia. E ele tem que seguir a linha democrata senão daqui a 4 anos seu partido será destonrado do poder. Diferente da Rússia e da China onde existem "politiburos" os EUA são diferenciados. E o Brasil também. Vimos o que aconteceu recentemente com Bolsonaro. Venceu no voto, democraticamente, mas, vacilou, nao trabalhou, não fez o dever de casa e perdeu posto na eleição seguinte. (TF)