Veja o que diz a ministra da Cultura em nota no twitter
Tasso Franco , Salvador |
18/08/2023 às 12:10
Ministra Margareth Menezes expressou sua opinião no twitter
Foto: Filipe Araújo
Em postagem no twitter, a ministra da Cultura Margareth Menezes expressou seu pesar "pelo assassinato brutal da mãe Bernadet, mestra da Comunidade Quilombola de Pitanga dos Palmaes, liderança reconhecida internacionalmente, que foi executada em uma ação que traz semelhança com o fato que tirou a vida do seu filho Binho do Quilombo".
A ministra pede ao governador Jerônimo apoio à comunidade nesse momento de dor. "A intolerância religiosa e o racismo precisam ser combatidos com rigor", comenta Margareth expressando "meus sentimentos a todos e todas da comunidade".
Organizações e entidades do Movimento Negro Unificado realizam protesto na manhã desta sexta-feira (18), na Praça Piedade, pela execução da Mãe Bernadete em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Os integrantes do Movimento se colocaram em frente ao prédio da Polícia Civil da Bahia (PC), onde lideranças discursam.
Marina Duarte, presidenta estadual da União de Negros pela Igualdade (Unegro), afirmou que o protesto se direciona a morte de Mãe Bernadete e também de outras pessoas negras mortas pela violência armada na Bahia.
"Estamos aqui por ela e por todas pessoas negras mortas pelo braço armado. Estamos pedindo e clamando por justiça, que Ministério Público tenha mais celeridade nesses casos e que a impunidade acabe", falou Marina.
NOTA DO INSTITUTO SOU DE PAZ
O Instituto Sou da Paz se une às organizações que repudiam com veemência o assassinato da liderança Quilombola Mãe Bernadete Pacífico, ocorrido ontem à noite, na Bahia. E se solidariza com seus amigos, familiares, e com as demais lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares, onde ela foi morta.
Maria Bernadete Pacífico (72), liderança quilombola, fazia parte de um programa de proteção a testemunhas. Chegou a relatar diversas ameaças para a ministra Rosa Weber, no último dia 27 de julho, além de citar o descaso das autoridades em relação à morte de seu filho, ocorrida em 2017: “Até hoje não sei o resultado do assassinato do meu filho”.
Bernadete era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho do Quilombo, ele também uma liderança quilombola da comunidade Pitanga dos Palmares. Sua morte segue sem qualquer resolução ou punição.
Levantamento que realizamos dos crimes de assassinato cometidos em 2019 e levados à justiça da Bahia até 2020 mostra que apenas 24% dos homicídios do estado são esclarecidos. Que as investigações policiais para os assassinatos de Bernadete e de seu filho não permitam que elas aumentem o já inaceitável nível de impunidade no estado.
É preciso exigir do Estado brasileiro compromisso com o direito à vida para todas as pessoas, e a proteção imediata para as lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares. Diligência e engajamento nas investigações com a identificação e punição de todos os envolvidos são urgente.