PP tem maior número de deputados mas não a maioria absoluta e na composição PSOE levou a melhor (Com informações do El eriódico)
Tasso Franco , Salvador |
17/08/2023 às 09:24
Uma vitória do PSOE
Foto: efe
Foi uma jogada muito complicada, mas o PP manteve a esperança até ao fim. Que a eleição da presidência da Mesa do Congresso, a terceira autoridade do Estado, coube ao Junts, partido de Carles Puigdemont, deixou todos os cenários em aberto. "A imprevisibilidade pode trazer surpresas e estamos felizes", alguns líderes continuaram a afirmar na noite de quarta-feira. Alberto Núñez Feijóo decidiu apostar no número dois do partido e actual porta-voz na Câmara dos Deputados, Cuca Gamarra, para travar a primeira batalha da legislatura. Mas ele ficou na praia.
Esta é a segunda vez que a terceira autoridade do Estado não recai sobre a primeira força política. Aconteceu em 2016 quando Patxi López foi eleito presidente com os votos do PSOE e Ciudadanos e graças ao voto em branco do PP. Os conservadores entraram nessa equação porque, se tivessem votado contra, não teria saído.
Logo pela manhã foi confirmado o princípio de acordo entre os Junts e o PSOE, e logo após o ERC concordou. A incerteza, que atingiu máximos nas últimas horas, acabou. A socialista Francina Armengol será a próxima presidente do Congresso. O que o PP garantiu são outras quatro posições na Mesa (duas vice-presidências e duas secretárias), embora uma possa cair para o Vox com seu apoio.
A bancada do PP se levantou e aplaudiu Feijóo ao entrar pela primeira vez na Câmara como deputado eleito. Ele havia participado do debate sobre o Estado da União no verão passado como senador e líder do partido. Os aplausos duraram, mas o sentimento geral entre os parlamentares era de que estavam presenciando o primeiro fracasso.
Feijóo revelou o compromisso de presidir as duas Câmaras na tarde desta quarta-feira. No Senado, Pedro Rollán garantiu sua eleição pela maioria absoluta do PP em julho passado. Mas a parte difícil estava em jogo no Congresso. O fato de Gamarra ser o candidato, segundo vários dirigentes, era a prova de que o PP não desistia da batalha. Eles entenderam que optar pelo secretário geral indicava que havia opções. Mas eles também reconheceram que o número dois estava exposto se ela não sobrevivesse. “O problema é que se pode queimar”, alertou um veterano do PP após a reunião dos grupos parlamentares.
A aposta era apenas para a presidência porque Feijóo já avançou o restante dos candidatos para ocupar vice-presidências e secretarias. No Congresso, optou por perfis de confiança, como a galega Marta González, e técnicos com conhecimento jurídico e operacional da Câmara, como José María Bermúdez de Castro, Guillermo Mariscal e Carmen Navarro.