Senador não é de meter a mão em cumbuca; ademais com maribondos comenta o jornalista Tasso Franco
Tasso Franco , Salvador |
26/07/2023 às 11:42
O senador Otto Alencar no encontro do PSD preferiu falar da Reforma Tributária
Foto: PSD
Em encontro recente do PSD com exposição do vereador Edvaldo Brito - presidente da executiva do PSD em Salvador - sobre a Reforma Tributária, o deputado federal Antônio Brito, filho de Edvaldo, levantou uma questão considerada relevanmte ao perguntar: "Por que podemos ter prefeituras em 107 municípios e não em Salvador"?
O senador Otto Alencar, cacique mor do PSD e presidente da executiva estadual, nada comentou em sua fala no encontro e preferiu pedir ao eleitor que fique atento e observar a atuação do Senado, que vai continuar trabalhando na reforma tributária, diminuindo a burocracia com simplificação dos impostos, ampliação da base e cobrança no destino.
Como se sabe, pelo que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados, a Reforma Tributária vai esfolar a classe média que já está com a corda no pescoço. Espera-se que, o Senado, amenize essa volúpia do governo Lula.
Voltando a política estadual, o PSD anuncia mais três encontros a serem, realizados até o final do ano, discutindo Saúde, Assistência Social e Mobilidade Urbana. As discussões serão a base para a elaboração de um Programa de Governo Municipal do PSD.
A possibilidade do PSD baiano - partido que tem se pautado em atuar no interior sobretudo em bases municipalistas ainda chamadas de "currais eleitorais", como no tempo do velho ACM, e alguns antigos ex-carlistas estão assentados nelas, o principal deles, o senador Otto, Paulo Magalhães e outros, é remota.
Primeiro porque o PSD não tem um nome com densidade eleitoral a apresentar na capital. O principal deles e que já foi ex-prefeito, Edvaldo Brito, teve dificuldades em se eleger vereador na última eleição e fez uma campanha, até prosaica, distribuindo seus santinhos em sinaleiras. Grande gesto, por sinal, diante da sua idade avançada.
Segundo porque o PSD integra a base governista comandada pelo PT no estado desde 2006 e se nunca se insurgiu com um nome na disputa estadual, Otto chegou a ser proposto por Lula no último pleito na histórica reunião de São Paulo, com Rui e Wagner, onde teria mais chances, apresentar um nome para prefeito da capital seria abrir um flanco desnecessário na base.
Taí uma coisa que o senador Otto Alencar sabe fazer é política no modelo clássico, sem riscos, sem confrontos, e isso vem desde a época em que era uma estrela no carlismo, já desde aquela época, falado em ser candidato a governador, e não vai, a essa altura do campeonato e de sua idade, confortavelmente onde está e com os seus bem posicionados, incluindo o comando da Assembleia Legislativa, entrar num jogo desse onde a chance individual de vitória não existe.
Haveria, assim, outros pleitos maiores na mira do PSD, a partir das eleições municipais de 2024, disputadissimas na manutenção das 107 prefeituras que possui, uma vez que Carletto, do Avante, está a mil por hora filiando prefeitos e ex-prefeitos ao seu novo partido, o PT já disse que deseja saltar de 40 para 50 ou mais prefeituras, então, essa corrida será uma "guerra" e a sobrevivência política altaneira do PSD depende dela.
Por enquanto, na base governista, só existe oficialmente lançado o pré-nome da deputada Olívia Santana (PCdoB) para ser analisado pelo Comitê Político presidido pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Nesta quinta-feira, 27, a Executiva do PT faz uma nova reunião, em Salvador, dentro do que classifica de Encontros Regionais para tentar o consenso e tirar um nome deste partido para pré-candidato, também a ser analisado pelo Comitê da Federação.