O PSOL e os deputados Luciene Cavalcante (PSOL-SP) e Idilvan Alencar (PDT-CE) acionaram nesta segunda-feira (10) o Conselho de Ética da Câmara, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR)
Tasso Franco , Salvador |
10/07/2023 às 13:54
Em evento Eduardo compara professor doutrinador a traficante
Foto: Rep
O deputado Eduardo Bolsonaro comparou professores que chamou de "doutrinadores" a traficantes de droga durante um evento pró-armas em Brasília, neste domingo (9).
Em cima do caminhão do evento, na Esplanada dos Ministérios, Eduardo disse que a "doutrinação nas escolas" é algo pior do que o tráfico para as crianças.
Ele iniciou a fala afirmando que os pais devem prestar atenção no que os filhos estão aprendendo nas escolas. "Não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo o tipo de relação", disse em seguida.
DEPUTADOS RECORRER AO
CONSELHO DE ÉTICA
O PSOL e os deputados Luciene Cavalcante (PSOL-SP) e Idilvan Alencar (PDT-CE) acionaram nesta segunda-feira (10) o Conselho de Ética da Câmara, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra fala do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), neste domingo (9), que comparou professor doutrinador a traficante de drogas.
Durante discurso em um evento pró-armas em Brasília, Eduardo Bolsonaro disse que "não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime".
"Se nós, por exemplo, tivermos uma geração em que os pais prestem atenção na educação dos filhos. Tirem um tempo para ver o que eles estão aprendendo nas escolas. Não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação", disse o deputado no evento.
À PGR, Luciene Cavalcante e Idilvan Alencar apresentaram uma notícia-crime, em que pedem a apuração dos fatos e, ainda, que seja dispensada a instauração de inquérito, já que há "prova inequívoca" do discurso – a fala de Eduardo Bolsonaro foi gravada.
Os parlamentares pedem, ainda, que ao final da apuração seja apresentada denúncia ao STF.
"A fala em questão é um convite para que os ouvintes ajam contra os professores, para que os impeçam de lecionar conteúdos que não sejam aceitos pela sua visão de mundo. Importante contextualizar que a fala foi feita em um evento pró-armas de fogo em um momento do país com recorrentes ataques violentos às escolas e aos professores", afirma a peça.