Ucrânia pode avançar na conquista dos seus territórios ocupados
Tasso Franco , Salvador |
24/06/2023 às 10:13
Os mercenários do Wagner com Pirigojine
Foto: AFP
O líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigojin, afirmou neste sábado que tomou a base militar do Exército russo em Rostov, no sul do país, sem precisar fazer qualquer disparo, e disse ter o apoio da população.
"Por que o país nos apoia? Porque estamos realizando uma marcha por justiça", disse o chefe do Wagner, a quem o presidente russo, Vladimir Putin, acusou de "traição", em uma mensagem de áudio transmitida pelo Telegram. "Entramos em Rostov e, sem um único tiro, tomamos o prédio da sede".
Evueni Prigojine afirmou estar no quartel-general do exército russo em Rostov-on-Don, onde suas tropas assumiram o controle do principal centro de comando militar russo.
TURQUIA APOIA RÚSSIA
O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu "total apoio" de seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, no sábado, durante uma entrevista por telefone com foco na rebelião do Grupo Wagner na Rússia, informou o Kremlin.
Durante seu encontro com Erdogan, que sobreviveu a uma tentativa de golpe em 2016, Putin "forneceu informações sobre a situação no país em conexão com uma tentativa de rebelião armada", segundo um comunicado de imprensa da presidência. O presidente turco "expressou seu total apoio às medidas tomadas" por Putin, acrescenta ela.
Voronezh e Lipetsk, duas cidades a caminho de Moscou.
As autoridades do oblast de Lipetsk, na Rússia, 420 quilômetros ao sul de Moscou, pediram no sábado que as pessoas fiquem em casa diante de uma rebelião armada desencadeada pelo grupo paramilitar Wagner. Este anúncio foi feito quando o governador do oblast vizinho de Voronezh, uma cidade que faz fronteira com a Ucrânia ocupada, de onde vêm os combatentes de Wagner, relatou combates.
Ministros das Relações Exteriores do G7
se reuniram para uma 'troca de opiniões'
Os ministros das Relações Exteriores do G7 se reuniram no sábado para "trocar opiniões sobre a situação na Rússia", onde o líder da milícia Wagner, Yevgeny Prigozhin, se rebelou contra as tropas regulares, disse o chefe do ministério.Diplomacia da União Européia, Josep Borrell.
Ele não forneceu detalhes sobre o conteúdo dessas trocas. Berlim confirmou que a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, "acabou de discutir a situação" com seus colegas das potências do G7.
O presidente checheno Ramzan Kadyrov anuncia que
está enviando seus homens para 'zonas de tensão'
O presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov, anunciou no sábado que está enviando seus homens para "áreas de tensão", enquanto a Rússia enfrenta uma rebelião armada do grupo paramilitar Wagner, inclusive em Rostov, no sul do país.
“Combatentes do Ministério da Defesa e da Guarda Nacional da Chechênia já visitaram as áreas de tensão. Faremos tudo para preservar a unidade da Rússia e proteger seu estado", disse Kadyrov, cujos homens têm sido muito ativos na ofensiva russa na Ucrânia, no Telegram.
Rebelião na Rússia é uma 'oportunidade' para
a Ucrânia, exulta vice-ministro da Defesa
A Rússia iniciou um processo que leva à sua própria destruição ao invadir a Ucrânia, disse a vice-ministra da Defesa ucraniana neste sábado, chamando a rebelião do Grupo Wagner de uma "oportunidade" para seu país.
"Eles estão lutando contra nós, mas estão se autodestruindo", escreveu Hanna Maliar no Telegram. "O que isso significa para nós?" Uma janela de oportunidade”, acrescentou, garantindo que a Ucrânia continua a fazer o que é necessário para a “vitória”.