Ou pede para sair ou engole sapos, diz colunista Guzzo
Tasso Franco , Salvador |
25/05/2023 às 17:23
Marina estaria sendo o que se diz na politica "fritada"
Foto: Ag Brasil
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (25) que o país atravessa um "momento difícil" e pediu que "árvores fortes" protejam o que é "essencial". Ela também disse que "não gosta de ver" o que está "acontecendo no Congresso". Marina deu a declaração durante cerimônia de posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires.
Nos últimos dias, a ministra do Meio Ambiente tem sofrido sucessivas derrotas à frente da pasta. A Comissão Mista que analisou a MP da reestruturação dos ministérios do governo Lula aprovou parecer que retira o Cadastro Ambiental Rural (CAR), um registro público obrigatório para todos os imóveis rurais, da competência do Ministério do Meio Ambiente.
A estrutura, se o texto for aprovado pelos plenários da Câmara e do Senado, irá para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, chefiado por Esther Dweck. O cadastro é usado para mapear a grilagem de terras e fazer o controle de áreas desmatadas.
Ainda conforme o parecer da comissão mista, a gestão da demarcação de terras indígenas pode sair do Ministério dos Povos Indígenas e voltar para o Ministério da Justiça, contrariando a ministra Sônia Guajajara.
ROBERTO GUZZO COMENTA
Que a ministra Marina Silva, burocrata-mor do Meio Ambiente, só tem duas alternativas: ou pedir demissão ou permanecer no cargo engolindo sapos. Segundo o colunista, ela teve duas realizações notáveis em sua curta permanência no governo Lula. A primeira foi dizer, para os “bilionários do bem” que se reúnem todos os anos numa estação de esqui na Suíça, que havia “120 milhões” de pessoas passando fome no Brasil; foi ver o seu ministério amputado de funções essenciais. Para se ter uma ideia mais precisa das coisas: o Ministério do Meio Ambiente, hoje, é menos do que era no governo anterior, o mais amaldiçoado da história pelos ecologistas, militantes da natureza e salvadores do planeta.
Completa o clunista: "Pode?
Marina continua querendo ser amiga de Lula e do PT para receber alguma vantagem – e continua se dando mal todas as vezes em que tenta.
As ONGs etc. etc. etc. estão indignadas, é claro. Exigem que o governo Lula defenda a “integridade” do MMA e lhe devolva as atribuições expropriadas; aparentemente, até agora, não conseguiram estabelecer uma relação de causa e efeito sobre o que aconteceu.
Se foi o próprio governo quem decidiu esvaziar o ministério de Marina, como ele pode ser chamado para lhe prestar socorro? Não faz nexo. Mas o fato é que muito pouca coisa faz nexo em relação à Marina Silva.
Aos 65 anos de idade, e uns 50 como profissional das causas ecológicas no Brasil e no mundo, ela continua querendo ser amiga de Lula e do PT para receber alguma vantagem – e continua se dando mal todas as vezes em que tenta.
Agora, mais uma vez, está na posição de pedir o boné e tornar-se ex-ministra, ou engolir o sapo e continuar grudada no governo.