Política

EDITORIAL DO ESTADO E OS 100 DIAS DO GOVERNO LULA COM REVANCHISMO

Há avanços e retrocessos nos 100 primeiros dias da terceira gestão
Da Redação , Salvador | 10/04/2023 às 10:35
Lula patinando
Foto: Ricardo Stucker
   

  Em editorial, o Estadão afirma sobre os 100 dias governo Lula, que "algunns otimistas dirão que Lula da Silva, por mais perdido que esteja, ainda faz um governo melhor do que o de Jair Bolsonaro. Mas aí não há vantagem nenhuma: é virtualmente impossível ser pior do que Bolsonaro, responsável pela putrefação moral da política, pela desmoralização da República e pela ruína de áreas cruciais para o País, como saúde e educação”, diz o jornal.

“Os retrocessos são igualmente notáveis, frutos sobretudo do empenho dos petistas de fazer terra arrasada dos avanços obtidos na gestão de Michel Temer, chamado de ‘golpista’ por Lula. Movido por esse espírito de vingança, Lula avalizou o desmonte do Marco do Saneamento, para favorecer estatais falidas e incompetentes em detrimento do bem-estar dos pobres; avançou sobre a Lei das Estatais, criada justamente para estancar a corrupção das estatais, grande marca dos governos petistas; mandou parar a reforma do ensino médio, para satisfazer sindicatos em prejuízo dos estudantes, aflitos com um futuro incerto; ameaçou rever a reforma trabalhista, um formidável avanço em relação à legislação caduca da era varguista”, complementa o Estadão.

Noutro comentário do Estado, lê-se: "O ministro Haddad já deu algumas declarações de que não há planos para aumentar os impostos da população brasileira para garantir o incremento de receitas necessário para fazer o arcabouço funcionar. Ainda assim, existe um sentimento de incerteza no mercado quanto ao tema".

Outro plano do governo, que pode entrar no foco assim que o arcabouço for definido e aprovado, é a reforma tributária. A equipe econômica do governo já deixou claro suas intenções de atualizar o sistema de impostos brasileiro, unificando tributos. Uma proposta que tem muito apoio do mercado financeiro, mas que também suscita dúvidas.

"A reforma tributária é a bala de diamante do governo, mas tem uma regra de transição de 20 anos. Ou seja, durante duas décadas vamos conviver com dois sistemas", diz Gardimam. “Não sei como essa reforma catapultará o crescimento em um ano ou dois.”

No dia que o texto do arcabouço deve ser entregue ao Congresso, Lula embarca para a sua primeira viagem à China neste mandato. O encontro com Xi Jinping estava previsto para acontecer no final de março, mas foi adiado por motivos de saúde do presidente brasileiro.

A previsão do Ministério das Relações Exteriores é que ao menos 20 acordos comerciais sejam assinados durante a visita. Na avaliação de Thiago de Aragão, diretor de estratégia da Arko Advice, o mercado brasileiro poderia se beneficiar de negociações que resultem no aumento das exportações para a China. Mas é preciso atenção.

"É um erro não focar na diversificação das nossas importações e sim em um aumento de fluxo de exportação para a China, aumentando a dependência", destaca.