Com Correio e Augusto Urgente informações
Tasso Franco , Salvador |
01/04/2023 às 19:14
Médicos foram às ruas de Jacobina protestar contra o governo do PCdoB
Foto: Augusto Urgente
A cidade de Jacobina, na Chapada Diamantina, vive uma crise na gestão da saúde: falta de médicos, insumos, medicamentos e atrasos no pagamento dos salários. Neste sábado (1º), a classe médica da cidade realizou uma manifestação cobrando melhorias. O protesto teve apoio do Cremeb e do Sindmed, com cerca de 100 profissionais nas ruas. Neste sábado (1º), a classe médica da cidade realizou uma manifestação cobrando melhorias. O protesto teve apoio do Cremeb e do Sindmed, com cerca de 100 profissionais nas ruas.
O protesto saiu do Hospital Antônio Teixeira Sobrinho para o Hospital Regional Vicentina Goulart. Com camisas estampadas com a frase "Médicos em luto clamam pela saúde de Jacobina" o movimento seguiu com carros do som, faixas, cartazes e até um caixão.
Com a presença do Sindicato dos Médicos da Bahia, Dr Leopoldo Passos, Dr Adelço Mota, Dr Tuca, Dr Leandro Oliveira, Drª Manuela Brandão, Luciano da Locar, Juliano Cruz entre outros diversos profissionais da saúde e da política, o manifesto esteve demonstrando insatisfação com o governo do prefeito Tiago Dias (PCdoB) e lamentando a precariedade do serviço público municipal.
O nefrologista Leandro José Carvalho de Oliveira, cidadão jacobinense, disse: "Há falta de medicamentos e insumos dentro dos hospitais, assim como nos postos de saúde. Além do atraso salarial de todos profissionais da saúde. Médicos, enfermeiros, fisioterapeuta e psicólogos", iniciou o relato em entrevista ao CORREIO.
"A atual gestão assumiu com mais de 80 médicos atendendo desde CAPS, Upas e hospitais. Hoje, alguns psf foram fechados por falta de recursos humanos, insumos, material médicos a medicamentos. Inclusive, o CRO-BA fechou 3 unidades da odontologia por inconformidades. Falta até água em alguns postos", completou.
Ele afirmou que o movimento foi apartidário e sem conflitos de interesse. Ainda de acordo com o médico, que é representante do Cremeb, a ingerência na saúde de Jacobina faz com que médicos desistam de prestar serviços no município ou partam para cidades do entorno para conseguir trabalhar. Ele próprio atende somente no setor privado do município.
"Há falta de condições dignas de trabalho, falta de materiais, insumos a estrutura. Fora o assédio moral por parte da gestão e ameaças frequentes aos profissionais que declaram a falta de pagamentos. Gostaríamos, um dia de voltar a atuar no setor público, mas sim com uma certa segurança institucional, baseado em valores morais, sociais e éticos", afirmou.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Jacobina afirmou que defende o direito de manifestação dos médicos e que foi aprovado, na Câmara de Vereadores, um projeto de Lei para viabilizar solução na saúde de média e alta complexidade, com implementações no Hospital Regional Vicentina Goulart.
"Além disso, encaminhou junto ao Governo do Estado, projeto que vai requalificar o Hospital Municipal Antônio Teixeira Sobrinho em Hospital Materno — Infantil. Desta forma, estamos consolidando propostas concretas para a resolução definitiva das demandas relativas à saúde municipal, em breve, teremos melhorias significativas no atendimento da população", disse a Prefeitura, em nota.