Política

SENADOR MORO DIZ QUE SABIA DO RISCO DE ATENTADO DESDE O ÚLTIMO JANEIRO

PF prende 9 pessoas suspeitas de que fariam o atentado a autoridades
Tasso Franco ,  Salvador | 22/03/2023 às 17:28
Senador Sérgio Moro no plenário
Foto: Ag Senado
      O senador Sergio Moro (União Brasil) afirmou, em entrevista à GloboNews, que sabia desde o fim de janeiro que era alvo de planos do PCC (Primeiro Comando da Capital) para matá-lo. 

   Segundo o senador, quando ele foi informado, os indícios já apontavam que a família dele também estava em risco. "Era uma investigação que ainda estaria para iniciar." Para Moro, planejamento era para mandar recado a ele. "O objetivo era uma retaliação para dizer 'não mexam conosco', que haveria um preço a pagar."

 Combate ao crime motivou ação dos criminosos, de acordo com o senador. "Isso foi assustador para mim e para minha família. É um preço infelizmente alto a se pagar pelo combate que fizemos contra o crime organizado, não só como juiz, mas como ministro da Justiça." 

Moro disse que vai apresentar projeto de lei para melhorar segurança de autoridades. A legislação hoje não criminaliza o planejamento. É um absurdo a PF descobrir que uma facção está planejando matar uma autoridade pública e ela ter que esperar o crime começar para ela poder reagir. Nós vamos suprir a lacuna com a apresentação desse projeto. Se o crime organizado vem para cima da sociedade, nós precisamos reagir."

NOVE SÃO PRESOS

A Polícia Federal (PF) já prendeu nove suspeitos na “Operação Sequaz”, deflagrada nesta quarta-feira (22/3) e que investiga um plano de assassinato e sequestro de políticos e autoridades públicas, entre eles o senador Sérgio Moro (União Brasil). A operação mira uma organização criminosa dissidente da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). 

As investigações apontam que o plano estava sendo arquitetado pelos criminosos desde o ano passado e os ataques aconteceriam ao mesmo tempo em diversos estados. O objetivo da quadrilha era assassinar ou sequestrar os alvos para obter o resgate e fazer a negociação de soltura de líderes da facção.

Segundo a PF, os mandados que já foram cumpridos se concentram em São Paulo, sendo que dois foram presos na capital. As outras cidades são: Sumaré (3); Santa Bárbara do Oeste (2); Hortolândia (1); Presidente Prudente (1).

Entre os alvos dos criminosos ainda estariam o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo. Lincoln vive há mais de dez anos sob escolta policial por causa de ameaças de morte.

O promotor também foi autor de um pedido de transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos líderes do PCC, e outros 21 integrantes da facção para penitenciárias federais de segurança máxima. O pedido foi aceito por Sérgio Moro, que na época era era ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comentou nesta quarta-feira (22) a operação que prendeu criminosos que planejavam ataques contra o senador Sergio Moro (União-PR) e outras autoridades. Pacheco prestou solidariedade a Moro e disse que, como presidente da Casa, vinha pessoalmente tomando medidas pela segurança do senador.

"Desde há algum tempo, eu, pessoalmente, estava cuidando dessa questão para que o Senado pudesse garantir tudo que fosse possível para a segurança do senador Sérgio Moro", afirmou Pacheco em entrevista coletiva.

De acordo com as investigações, os suspeitos planejavam, inclusive, homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação. Os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea.

A retaliação a Moro era motivada por mudanças no regime de visitas em presídios. Criminosos também trabalhavam com a ideia de sequestrar o senador como forma de negociar a liberação de Marcola. Ao menos dez criminosos se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba, segundo agentes.