Com Agência Senado informações
Tasso Franco , Salvador |
01/02/2023 às 18:40
Pacheco no momento da votação
Foto: Roque de Sá Ag Senado
Em votação secreta, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito presidente do Senado Federal, cargo que ocupará por mais dois anos. Ele obteve 49 votos, contra 32 de Rogério Marinho (PL-RN). Pacheco iniciou seu mandato no Senado em 2019 e foi eleito presidente da Casa pela primeira vez em 2021.
Para ser eleito presidente do Senado, o candidato precisaria ter pelo menos 41 votos, ou seja, maioria absoluta do Plenário da Casa. Os senadores votaram em tradicionais cédulas de papel, depositadas em urnas e apuradas por um grupo de senadores. As cédulas serão destruídas em seguida, como manda o Regimento Interno do Senado.
O processo é conduzido pelo presidente da Mesa, que neste momento é o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). Ele será auxiliado pelos 3º e 4º secretários, Rogério Carvalho (PT-SE) e Weverton (PDT-MA), que verificam os nomes marcados nas cédulas e totalizam os votos. A apuração é supervisionada pelos escrutinadores que foram indicados antes da votação por cada candidato e pela bancada feminina.
Mara Gabrilli é a primeira a votar
Mara Gabrilli (PSD-SP) foi a primeira senadora a ser chamada para receber a cédula de votação, pela sua condição de cadeirante. Na sequência começaram a votar os demais senadores por ordem de criação dos seus respectivos estados.
Mesa alerta para possível anulação
Alguns senadores, entre eles Eduardo Girão, Izalci Lucas e Rogério Marinho, questionaram Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), que preside a sessão, sobre a possibilidade de divulgarem seus votos durante o processo de escolha do novo presidente do Senado. Eles afirmaram que a eleição anterior abriu precedente para a prática.
Em resposta, Veneziano afirmou que o Regimento Interno do Senado prevê que a votação seja secreta e que a revelação dos votos poderia resultar em sanções — como a anulação do voto.
Os senadores Eduardo Gomes (PL-TO), Carlos Portinho (PL-RJ) e Jorge Seif (PL-SC) foram indicados pelo candidato Rogério Marinho (PL-RN); Marcelo Castro (MDB-PI), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), atual presidente do Senado e candidato à reeleição. A bancada feminina terá duas representantes: as senadoras Tereza Cristina Corrêa (PP-MS) e Eliziane Gama (PSD-MA).
Rogério Marinho (PL-RN) disse que a instituição precisa resgatar seu protagonismo e se reconectar com o povo. Segundo o parlamentar, há hoje desequilíbrio entre os Poderes.
— Não há Parlamento livre e representativo quando existe (e claramente existe) desequilíbrio entre os Poderes.
A democracia exige uma relação independente, harmônica e altiva. A omissão diminui o Parlamento, ameaça a democracia e, consequentemente, o estado de direito.
Marinho afirmou que será intransigente na defesa da inviolabilidade do mandato e da liberdade de expressão e apontou que eventuais excessos devem ser corrigidos pela Constituição e pelas Comissões de Ética da Câmara e do Senado, mas não pelo “arbítrio” de alguns. O senador agradeceu o gesto de Eduardo Girão (Podemos-CE) de abrir mão da disputa e criticou os ataques aos três Poderes no dia 8 de janeiro.