Combater a fome é apenas uma ação social que não leva ao desenvolvimento
Tasso Franco , Salvador |
05/01/2023 às 17:31
Senador Wagner: "Ele terá suas marcas"
Foto: Mateus Pereira
Até agora o governador Jerônimo Rodrigues (PT) não apresentou quais os seus programas de governo nas áreas fundamentais ao Estado - Educação, Saúde, Transporte, Tecnologia, Indústria, Comércio - e só disse que dará prioridade ao combate à fome, mas, também, sem explicitar como fará isso uma vez que o petismo está comandando o Estado há 16 anos e a propaganda do governo Rui Costa exibida nas TVs, rádios e na midia on-line dava conta de que a Bahia era uma ilha de exceção no país e alcançara todos os seus objetivos tendo sido, inclusive, o governo com mais investimentos próprios do país perdendo apenas para São Paulo. Então, não sabemos onde Jerônimo descobriu essa fome toda na Bahia e já falou que esse será o programa prioritário do seu governo.
Diríamos que é pouca ou nada uma vez que, se centralizar suas ações nesta demanda desagrdará Rui Costa, hoje, chefe da Casa Civil da Previdência. Dizemos porque se há essa fome toda a carapuça não poderá ser dirigida somente ao ex-presidente Bolsonaro como já falou o governador sobre a segurança imputando a questão ao governo federal. É preciso ter muita cautela nessa direção, pois, nós, da midia, vamos querer saber onde estão esses bolsões de fome e porque Rui não os combateu.
Jerônimo disse na última conversa com a imprensa que até a próxima sexta-feira, 6, dará detalhes de como será esse programa. O governador deve, também, falar dos temas essenciais a qualquer governo, em especial, o desenvolvimento econômico.
Sem essa perna, sem a produção de bens e serviços, sem avanços na tecnologia e incremento à indústria, não entra dinheiro nos cofres do estado. Imaginar que o governo Lula vai salvar a Bahia ou ajudar a Bahia pode até acontecer, porém dentro das limitações do governo federal que tem que olhar para os 27 estado. E, cada unidade, dirá o Lula, que também faça a sua parte, até porque o governo federal não tem saco sem fundos.
Rui Costa quando elegeu-se governador disse que a prioridade do seu governo seria a educação e que, na área da saúde, construiria 7 hospitais e uma rede básica de saúde no interior (as policlínicas).
Rui não teve tanto sucesso na educação porque encerrou seus dois mandatos de 8 anos com a qualidade do ensino do fundamental em baixa, a Bahia com as piores notas no IDEB, e sofrendo muitas queixas do pessoal das UNEBs, o ensino do terceiro grau.
Somente no final do seu segundo governo é que deu uma acelerada na educação mandando construir centros educacionais em tempo integral na capital e no interior, já tendo Jerônimo como secretário, muito dos quais serão inaugurados por Jerônimo governador porque não deram tempo de ficarem prontos.
Na saúde, Rui obteve sucesso pleno e se não é a derrapada do então secretário Flávio Vilas Boas agredindo verbalmente uma mulher, teria concluido sua gestão com chave de ouro. Ainda assim, com troca do secretário, Vilas Boas quase se elege deputado federal, porém, os hospitais e as clínicas estão em pleno funcionamento e atendem milhares de pessoas por dia. Veja que, com toda a pandemia da Covid (2019/2021) a rede pública baiana não sofreu problemas e montou-se uma outra e abriu-se espaços na rede para atendimento à população.
Citei esses dois exemplos de Rui e poderia citar outros da era PT como o parque eólico que vem do governo Wagner, a tentativa sem pleno êxito de acabar com o analfabetismo (sobretudo de adultos) no estado, mas rendeu alguns resultados, o Projeto Neojibá da cultura, o fortalecimento da agricultura familiar com rede de produção e distribuição, a recuperação da malha rodoviária, o Partiu Estágio, a ampliação do Metrô, obras no sistema viário da capital e outros.
Então, na concepção do senador Jaques Wagner, em recente entrevista, este disse que Jerônimo "terá e deixará as suas marcas", justo, pois, importante desde já ele nominar o que pretende fazer doravante independente do governo de continuidade que vem dando certo e está sendo aprovado pela maioria da população, até para não passar a impressão de ser apenas o governador da continuidade. Pelo que se depreende, o período da transição a partir de 25 de novembro até 31 de dezembro, não teria rendido muita coisa senão (imagina-se) o governador já teria falado.
Aguardemos, pois, a fala de S.Exa. (TF)