É o primeiro desmentido do governo diante de assunto tão sensível
Tasso Franco , Salvador |
04/01/2023 às 16:05
Lula e Carlos Lupi
Foto: Agência Brasil
Na terça-feira (3), a declaração do novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, de que pretendia criar uma comissão com representantes de empregadores, empregados e governo para estudar uma possível revisão da reforma da Previdência foi o principal motivo da alta do dólar e da baixa da bolsa. Lupi, hoje, foi desautorizado pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, e Lula marcou uma reunião para sexta-feira, 6, com todos os ministros para orientá-los e não fazer declarações atabaolhadas.
“Não há nenhuma proposta de revisão da reforma da Previdência em curso.” Foi assim que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, procurou conter as reações negativas à declaração do novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, de que será instituída uma comissão para estudar a revisão da reforma.
Costa disse que todas as reformas passarão por aquele que teve o aval de “60 milhões se eleitores”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Indagado se Lupi se precipitou, disse que o novo ministro foi levado pelo “entusiasmo da posse”.
Costa foi o único ministro, além do vice Geraldo Alckmin, com quem Lula falou antes de subir para seu gabinete depois do encerramento da cerimônia de posse de Alckmin no Ministério da Indústria e Comércio.
QUEM É LUPI E O QUE DISSE
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, assumiu nesta terça-feira (3) o Ministério da Previdência Social. Na posse, o dirigente da pasta focou o discurso em discutir a Reforma da Previdência aprovada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Precisamos cuidar dos atrasos, do desrespeito, acinte à cidadania que foi feito com essa antirreforma da previdência. Temos que ter coragem para enfrentar isso”, disse o novo ministro, que também anunciou que convidou o deputado federal Wolney Queiroz (PDT-PE) para ser o novo secretário-executivo da pasta.
“A reforma foi feita só para tirar direitos. Somos uma sociedade que temos que entender que a maioria tem que ser protegida, não a minoria”, completou Carlos Lupi. O ministro não deu prazo de quando pode enviar uma proposta que altere a reforma do governo Bolsonaro ao Congresso.