Eleito esquenta o feijão com arroz do petismo que está dando certo na Bahia há 16 anos
Causou surpresa o fato do vice-governador Geraldo Jr não ter sido anunciado como secretário nesta primeira lista gerando especulações se ainda será indicado ou se atuará apenas como vice-governador, à exemplo do que o presidente Lula já disse que fará com Geraldo Alckmin. Nos bastidores da política, diz-se que o MDB, partido de Geraldo Jr que é comandado na Bahia pelos irmãos Vieira Lima, Geddel e Lúcio, não só desejam Geraldo Jr no primeiro escalão como pleiteam no total três secretarias. O que, convenhamos, será dificil de acontecer.
O que vimos nos demais nomes são gestores que já se encontram no governo, casos de Maurício Bacellar (Setur), Fábya Reis (atual secretária da Promoção da Igualdade que assumirá a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social), Adélia Pinheiro (atual secretária da Saúde deslocada para a Educação), Roberta Santana (atual chefe de Gabinete da Secretaria da Saúde que passa a ser a titular); outros que já foram de governos petistas como Sérgio Brito, deputado federal do PSD, ex-Sedur, que assumirá a Seinfra no lugar de Marcus Cavalcante, o qual estaria indo para Brasilia atuar na Casa Civil com Rui Costa; Luis Felipe que atuou no governo Wagner 2010/2011 e assumirá a Justiça.
De novo mesmo, na equipe, somente Wallison Tores, conhecido como deputado estadual Tum, do Avante, que assumirá a pasta da Agricultura, que é bacharel em turismo. Outro arranjo que já vem sendo criticado pela APLB e educadores foi a escolha da atual secretária de Saúde, posta por Rui Costa no lugar de Tereza Paim, em fevereiro de 2022, então sucessora do Fábio Vilas Boas e que vinha realizando um bom trabalho, deslocada para a educação. Adélia é médica e já foi secretária de Ciência Tecnologia e Inovação. Portanto, polivalente.
Em tese, todos os secretários são do governador Jerônimo. Na real, no entanto, da cota pessoal de Jerônimo, somente Adolpho Loyola e Luis Felipe. Luiz Caetano e Afonso Florence são petistas ligados ao wagnerismo. Florence foi secretário do Desenvolvimento Urbano no governo Wagner (2007/2010) e depois alçado a ministro do Desenvolvimento Agrário no governo Dilma Roussef (2011/2012) e Caetano sempre fez campanha em Camaçari com Wagner; Adélia e Roberta seriam da cota Rui Costa; Maurício Bacellar é irmão do deputado federal Bacellar eleito pelo PV (ex-Podemos); Tum estaria na cota do Avante do deputado federal pastor Isidório; Fábya Reis é da cota deputado federal Valmir Assunção, com quem é casada; Manoel Vitório é técnico, mas lembrando que foi levado ao governo por Wagner, em 2013; Sérgio Brito da cota Otto Alencar, do PSD.
Jerônimo, portanto, neste primeiro anúncio já contemplou além do PT três outros partidos da base governista: PSD, PV e Avante. Como ainda faltam indicações de 16 novos momes certamente os outros partidos da base (PCdoB, PSB, MDB etc) ainda serão contemplados até o final do ano.
De toda maneira o que se depreende desde já é que Jerônimo terá uma equipe de continuidade do projeto petista, sem inovações, requentando o feijão com arroz do petismo na Bahia e que já dura 16 anos e vem sendo aprovado pela população. Se assim é; assim continuará sendo. O governador eleito já disse que uma das suas prioridades (à exemplo de Lula) é acabar com a fome no estado. Espera-se, no entanto, que Jerônimo olhe também para a tecnologia e o desenvolvimento industrial, pois sem isso o carro não anda bem. (TF)