Segundo Daltan é o fim da picada
Tasso Franco , Salvador |
17/12/2022 às 09:58
Deltan e Moro
Foto: rep
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou, nesta sexta-feira, 16, pela revogação do último mandado de prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. O magistrado desempatou o julgamento que ocorria no plenário virtual da Segunda Turma da Corte e se juntou aos ministros André Mendonça e Ricardo Lewandowski.
“Os fatos imputados ao acusado não são novos, nem mesmo contemporâneos , sendo insuficientes para justificar a segregação cautelar”, escreveu o magistrado. “Ao que tudo indica, a manutenção da segregação cautelar do acusado tem servido como antecipação de pena, o que contraria frontalmente a orientação jurisprudencial sedimentada nesta Corte”, justificou o decano do STF.
Nas redes sociais, o senador eleito Sérgio Moro (União Brasil) e o deputado federal eleito Deltan Dallagnol (Podemos), expoentes da Operação Lava Jato, repudiaram a soltura do ex-governador. Em seu Twitter, Deltan escreveu: “Aconteceu. É o fim. O último preso da Lava Jato, e um dos que mais representou a absoluta falência moral e a decadência da corrupção no Brasil, foi solto pelo STF, com voto decisivo de Gilmar Mendes”.
Deltan Dallagnol: Aconteceu. É o fim. O último preso da Lava Jato, e um dos que mais representou a absoluta falência moral e a decadência da corrupção no Brasil, foi solto pelo STF, com voto decisivo de Gilmar Mendes
Segundo Deltan, "Sergio Cabral foi condenado a mais de 400 anos de prisão pelos seus inúmeros crimes, mas isso não vale nada no Brasil. Mas não percamos a fé. A Lava Jato não morreu, ela segue viva na luta de cada brasileiro que se indigna com notícias como essa".
NOVO BRASIL
Mais um sinal do novo Brasil: o STF determinou ontem a libertação do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, condenado em 24 ações penais, sendo 23 decorrentes de desdobramentos da Operação Lava-Jato e outra relacionada ao uso de helicópteros do Rio para viagens pessoais. No total, as penas impostas ao ex-governador chegam a 436 anos e nove meses de prisão. O voto desempate na segunda turma do STF foi dado pelo ministro Gilmar Mendes por volta de 22 horas. Segundo o ministro, havia “falta de fundamentação para manutenção da medida de prisão preventiva” do ex-governador.
Senador eleito Sérgio Moro: “O que prejudicou a Petrobrás e o país, foi a roubalheira dos governos do PT”
O ex-juiz Sergio Moro, eleito senador pelo partido União Brasil no Paraná, e responsável pela condenação do ex-presidente Lula e dos empresários envolvidos no esquema de corrupção apurado na Operação Lava-Jato, rebateu ontem entrevista do ex-presidente Lula. Segundo Moro, “o Lula está mentindo para vocês. O ex-presidente agora começa a afirmar que eu e a Lava-Jato prejudicamos a Petrobrás e o país. Isso é mentira, e vocês sabem disso.” Moro deu detalhes do que aconteceu no período de roubalheira dos governos do PT:
“O que prejudicou a Petrobrás e o país foi a roubalheira durante o governo do PT. Diretores que foram nomeados pelo ex-presidente Lula estavam lá, roubando dia após dia a empresa, arrecadando dinheiro para eles e para políticos enriquecerem ilicitamente. Também para financiar partidos políticos. Como o ex-presidente não tem como explicar todos estes crimes, do mensalão e petrolão, ele fica inventando histórias. Até inventou uma teoria da conspiração, dizendo que foi os Estados Unidos quem criou a Lava-Jato.
Isso é mentira. Quero ver ele falar isso para o presidente Biden, que era o vice-presidente do Obama na época dos fatos. A verdade é uma só: o governo do PT teve os maiores escândalos de corrupção da história. A Petrobrás quase quebrou, mergulhou o país em uma recessão, com desempego e fome. Nós até hoje não conseguimos nos recuperar totalmente da recessão gerada pelo governo do Partido dos Trabalhadores. A outra verdade: a Lava-Jato salvou a Petrobrás, impediu a roubalheira, e impediu que ela quebrasse. Não adianta ficar mentindo. Não é com mentiras que os crimes havidos durante os governo do PT serão esquecidos ou