Deputados dizem que estão sendo censurados
Tasso Franco , Salvador |
06/12/2022 às 09:05
Bia Kices
Foto: Michele Jesus- Câmara dos Dep
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) e seu colega Junio Amaral, tiveram seus perfis nas redes sociais suspensos na tarde desta segunda-feira, 5. De acordo com o anúncio da própria parlamentar, o bloqueio é resultado de uma decisão judicial a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a qual ela diz não ter acesso.
Bia é investigada no inquérito das Fake News, que corre em sigilo no Supremo. Além dela e de Amaral, a deputada Carla Zambelli e outras dezenas de empresários, políticos e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) também estão suspensos da plataforma por decisão de Moraes. Também nesta segunda-feira, Zambelli anunciou, por meio de vídeos, que o ministro do STF não autorizou sua volta às redes sociais.
Antes de ter a conta suspensa, Bia Kicis escreveu: “Acabo de ser informada que Xandão mandou bloquear todas as minhas redes sociais. Sem contraditório, sem nada. Certamente por eu tanto denunciar a tirania hoje reinante no Brasil”.
"Quando se censura Parlamentar não se trata apenas de censura (o que já é grave e inconstitucional), mas de interferência na própria atividade parlamentar, o que é um atentado a democracia e à separação dos Poderes", escreveu a deputada. Em um vídeo ao lado do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), Bia Kicis também cobrou ações do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O parlamentar compartilhou o vídeo nas redes sociais e disse que a deputada era "mais uma vítima" do que chamou de "ditadura da toga". "Pior do que uma censura, que já é gravíssima, é interferir no próprio Parlamento. Então, o próprio Supremo está interferindo na atividade do Parlamento. E isso é uma afronta à à democracia. Isso é seríssimo. Não existe democracia quando um ministro do Supremo pode calar uma parlamentar sem processo, sem nada", disse Bia Kicis.