Havia, por conseguinte, desde 2016, quando o PSD e o PP se uniram para derrubar Marcelo Nilo, eleito presidente pela primeira vez em 2007 e que queria se perpetuar no poder. Na eleição de 2017, Rui Costa eleito governador em 2014, Otto Alencar (PSD) se juntou com João Leão (PP) e apresentou o nome do deputado Angelo Coronel para presidir a Casa. Marcelo bem que tentou mais um mandato e fez um almoço no Barbaroca, na véspera da eleição, no qual apresentou números e apoios parlamentares, dormindo praticamente eleito.
Ledo engano. Rui não se entusiasmou com sua reeleição e alguns deputados que estiveram no almoço de Marcelo sumiram e viraram o voto. Quando Marcelo sentiu o golpe recuou e retirou a candidatura a tempo de não ser derrotado por Coronel. Ainda assim, óbvio, foi uma derrota e Angelo Coronel foi eleito para mandato entre 2017/2019. Estabeleceu-se, então, um acordo entre os dois líderes do PSD (Otto Alencar) e PP (João Leão) de revezamento na Presidência.
Em 2018, Angelo Coronel (juntamente com Otto Alencar) impôs sua candidatura ao Senado escanteando a então senadora Lidice da Mata (PSB). A base petista comandada por Wagner/Rui teve que engolir Coronel e este foi eleito senador. O acordo na Assembleia continuou valendo e foi eleito o deputado Nelson Leal (PP) para presidente, mandato 2019/2021. Seguiu-se o barco, sendo o seu substituto Adolfo Menezes (PSD) 2021/2023. Vale observar que as campanhas começam nos anos pares, porém os mandatos se inciam nos anos impares (2021/2023) no inicio de fevereiro.
Ainda na época de Nelson houve uma onda sem revelância de que este trabalhava sua reeleição, o que Nelson sempre negou e, de fato, nunca houve essa intenção (pelo menos de público). Adolfo, portanto, foi eleito para um mandato entre fev de 2021/fev de 2023.
Com a saída do PP da base governista, na campanha de 2022, este partido apoiando ACM Neto, e eleito Jerônimo Rodrigues (PT) mantendo-se a base governista sob o comando do PT (Wagner/Rui) o acordo Otto/Leão (PSD/PP) automaticamente foi desfeito em relação a presidência da Assembleia.
Daí que, Adolfo, sente-se a cavalheiro para tentar a reeleição, uma vez que o PT (maior bancada) não tem força sozinho de fazer o presidente, sua base aliada mais próxima PSB e PCdoB, partidos que sequer integram a Comissão de Transição do Governo, também não tem força, e Jerônimo já disse que não vai entrar em bola dividida. Portanto, não interferirá na eleição da Mesa da Assembleia.
A posição de Jerônimo é assemelhada a mesma que Jaques Wagner tomou em 2007 quando eleito governador pela primeira vez. Marcelo Nilo lançou-se candidato e formou uma maioria para se eleger. A oposição, naquela época, era muito mais forte do que hoje, e mais aguerrida, e ensaiou um confronto com Elmar Nascimento. Wagner viu que o melhor era seguir com Nilo, o PT apoaido-o, o que garantiria sua eleição. E assim foi feito e Marcelo elegeu-se.
Agora, em 2022 (a eleição é no inicio de 2023) dá-se o mesmo. O PT, com Rosemberg Pinto, gostaria muito de eleger o preside. Mas, o partido já tem o governador que é do PT e Adolfo é aliado de Otto. Então, o mais sensato é apoiar Adolfo (apoio que deverá ser feito nesta semana) e negociar a ascensão à presidência, em 2025. Aí, sim, se não houver atropelos pelo caminho Rosemberg poderá ser o presidente. (TF)