Política

ANÁLISES ELEIÇÕES MAIS ACIRRADAS BAHIA E BRASIL NOS ULTIMOS ANOS (TF)

Veja nosso comentários e os números do 1º turno e as variáveis para o segundo turno
Tasso Franco , Salvador | 22/10/2022 às 10:43
Segundo turno depois de 16 anos entre dois candidatos
Foto: REP
     Chegamos a reta final das campanhas políticas em 2º turno na Bahia e no Brasil, a mais eletrizante e acirrada dos últimos anos no estado e no país, sem uma definição de quem serão os próximos governador do estado e presidente da República. As últimas pesquisas de vários institutos apontam ora Lula um pouco à frente de Bolsonaro; e vice-versa; e na Bahia, Jerônimo (PT) com pequena diferença à frente de ACM Neto (UB); e outras dando empate do tipo 50%x50%. 

  Diante de quadros como estes não se pode dizer quem serão os vencedores embora os apaixonados de cada lado tenham suas preferências. Os lulopetistas dizendo que Lula já faturou e o próprio candidato quando saiu o resultado do 1º turno à frente com 48.43% (57.256.053 votos) disse que era questão só de tempo para vencer. Enquanto os bolsonaristas dizem que Bolsonaro 43.20% (51.070.958) uma diferença para menos de 6.19 milhões de votos, que já virou o jogo.

  Óbvio que nem uma coisa; nem outra. Lembrar que existem 8.5 milhões de votos que foram dados a Simone Tebet (4.16% - 4.915.423) e Ciro Gomes (3.04 - 3.559.287) e mais de 1.4 milhão dados a Soraia (0.51 - 660.955); D'Avila  (0.47 - 559.708); padre Kelmon (0.07 - 81.129); Leo Pericles (0,05 - 53.519); Sofia Manzano (0.04 - 45.620); Vera do PSTU (0.02 - 25.625) e Eymael (0.01 - 16.604); e mais 5.3 milhões de brancos e nulos; e uma abstenção (não votaram) de 20.96% - 32.770.000).

  Tudo conta, tudo tem seu peso nas balanças e não existem certezas das transferências de votos dos derrotados para os que ainda estão na disputa, mesmo daqueles se engajaram numa das campanhas como é o caso de Tebet.

  Outra conta que se faz é se os assustadores números de 37 milhões de votos (abastenções, nulos e brancos) vão se manter nos percentuais do 1º turno ou não, sobretudo levando-se em conta os feriadões próximo do pleito 30 de oubutro, o finados e dia do servidor público. São variáveis difíceis de serem analisadas.

  Quando houve a disputa Bolsonaro x Haddad existiu uma campanha (nem um; nem outro) e no segundo turno aumentaram os números percentuais de brancos e nulos. Agora, a campanha Lula x Bolsonaro está tão acirrada que está campanha não existe.

  Numa análise mais fria dos números, Lula tem vantagem sobre Bolsonaro, tanto numérica no 1º turno com 6.17 milhões de votos a mais e o apoio declarado de Tebet. Faltaram 1.855.395 votos para Lula vencer no 1º turno.

  Mas, as pesquisas apontam que Bolsonaro cresceu no segundo turno com o apoio dos governadores do Rio e de Minas Gerais, além da onda verde-amarela, além do temor da classe média contra Lula e dos empresários e agronegócios cotra MST e CUT.
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  No caso da Bahia, Jerônimo obteve 49.45% dos votos no 1º turno (4.019.830) e ACM Neto 40.08% (3.316.711), uma diferença de 703.119 votos. Em terceiro lugar ficou João Roma (PL) com 9.08% (738.311); Kleber Rosa (PSOL) com 0.59 - 48.219; Damico (PCB) 0.07 - 5.951); Marclos Millet (0.01 - 8269 votos); abstenção de 21.35% - 2.407.370; e brancos e nulos 236.750 (2,67%) + 499.841 (5,64%), ou seja, 700 mil votos.

  Outro detalhe importante na eleição baiana foi a votação de Lula com 69.73% (5.873.081) contra Bolsonaro 24.31% (2.047.599); e também do senador Otto Alencar com 58.31% (4.218.331). 

  Veja que Lula obteve mais de 1.800.00 à frente de Jerônimo; e Otto quase 200 mil votos também à frente de Jerônimo, o que demonostra o peso do andor que foi carregar Jerônimo, reconhecidamente um candidato fraco, sem carisma, imposto por Rui Costa, visto como o "rei sol", o qual enfiou goela abaixo do PT JR atropelando Wagner (que já havia lançado seu nome) e Otto (pré-lançado por Lula).

  Então, observe ainda, que ACM Neto ao ter 40.08% dos votos válidos alguns deles foram Lula-ACM Neto-Otto uma vez que tanto Bolsonaro 24.31% dos votos na Bahia; quanto Cacá Leão seu candidato ao Senado com 25.24% dos votos (1.826.218), tiveram percentuais abaixo de Neto. 

  Também vale observar que sairam das urnas votos Bolsonaro-ACM Neto-Dr Raissa uma vez que Roma teve apenas 9.08% dos válidos na Bahia contra 24.31% de Bolsonaro e 14.61% de Raissa (candidata ao Senado - 1.057.085).

  Por isso mesmo, ACM Neto tem mantido a neutralidade defendendo que tanto pode governar com Lula e/ou Bolsonaro, mas como já disse João Roma e o próprio Bolsonaro, os bolsonaristas vão votar nele no segundo turno. São esses votos, pois, os 9.08% de Roma (que certamente não irão todos) que está levando o pleito na Bahia para uma disputa acirrada no segundo turno. 

  O que parecia favas contadas para Jerônimo ficou apertado, ainda que o candidato petista mantenha uma leve vantagem dada a força de Lula e a estrutura política da base governista com Jaques Wagner/Otto Alencar e Rui Costa, além do PCdoB, PSB, Avante e outros menos cotados.

  Nós precisamos sempre refrescar a memória dos leitores. Esta é a primeira eleição desde 2006 que tem segundo turno na Bahia. 

  Wagner venceu os dois pleitos que disputou (2006/2010) no primeiro turno com folgas;e Rui (2014/2018) da mesma forma. Em 2018, Rui obteve 75.47% dos votos válidos, ou seja, 4.996.191; e José Ronaldo (DEM) minguados 22.30% - 1.459.029 votos.
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  Então, em resumo, teremos pleitos no Brasil e na Bahia com vitórias apertadíssimas entre os vencedores e os perdedores.