Veja nosso comentários e os números do 1º turno e as variáveis para o segundo turno
Diante de quadros como estes não se pode dizer quem serão os vencedores embora os apaixonados de cada lado tenham suas preferências. Os lulopetistas dizendo que Lula já faturou e o próprio candidato quando saiu o resultado do 1º turno à frente com 48.43% (57.256.053 votos) disse que era questão só de tempo para vencer. Enquanto os bolsonaristas dizem que Bolsonaro 43.20% (51.070.958) uma diferença para menos de 6.19 milhões de votos, que já virou o jogo.
Óbvio que nem uma coisa; nem outra. Lembrar que existem 8.5 milhões de votos que foram dados a Simone Tebet (4.16% - 4.915.423) e Ciro Gomes (3.04 - 3.559.287) e mais de 1.4 milhão dados a Soraia (0.51 - 660.955); D'Avila (0.47 - 559.708); padre Kelmon (0.07 - 81.129); Leo Pericles (0,05 - 53.519); Sofia Manzano (0.04 - 45.620); Vera do PSTU (0.02 - 25.625) e Eymael (0.01 - 16.604); e mais 5.3 milhões de brancos e nulos; e uma abstenção (não votaram) de 20.96% - 32.770.000).
Tudo conta, tudo tem seu peso nas balanças e não existem certezas das transferências de votos dos derrotados para os que ainda estão na disputa, mesmo daqueles se engajaram numa das campanhas como é o caso de Tebet.
Outra conta que se faz é se os assustadores números de 37 milhões de votos (abastenções, nulos e brancos) vão se manter nos percentuais do 1º turno ou não, sobretudo levando-se em conta os feriadões próximo do pleito 30 de oubutro, o finados e dia do servidor público. São variáveis difíceis de serem analisadas.
Quando houve a disputa Bolsonaro x Haddad existiu uma campanha (nem um; nem outro) e no segundo turno aumentaram os números percentuais de brancos e nulos. Agora, a campanha Lula x Bolsonaro está tão acirrada que está campanha não existe.
Numa análise mais fria dos números, Lula tem vantagem sobre Bolsonaro, tanto numérica no 1º turno com 6.17 milhões de votos a mais e o apoio declarado de Tebet. Faltaram 1.855.395 votos para Lula vencer no 1º turno.
Mas, as pesquisas apontam que Bolsonaro cresceu no segundo turno com o apoio dos governadores do Rio e de Minas Gerais, além da onda verde-amarela, além do temor da classe média contra Lula e dos empresários e agronegócios cotra MST e CUT.
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No caso da Bahia, Jerônimo obteve 49.45% dos votos no 1º turno (4.019.830) e ACM Neto 40.08% (3.316.711), uma diferença de 703.119 votos. Em terceiro lugar ficou João Roma (PL) com 9.08% (738.311); Kleber Rosa (PSOL) com 0.59 - 48.219; Damico (PCB) 0.07 - 5.951); Marclos Millet (0.01 - 8269 votos); abstenção de 21.35% - 2.407.370; e brancos e nulos 236.750 (2,67%) + 499.841 (5,64%), ou seja, 700 mil votos.
Outro detalhe importante na eleição baiana foi a votação de Lula com 69.73% (5.873.081) contra Bolsonaro 24.31% (2.047.599); e também do senador Otto Alencar com 58.31% (4.218.331).
Veja que Lula obteve mais de 1.800.00 à frente de Jerônimo; e Otto quase 200 mil votos também à frente de Jerônimo, o que demonostra o peso do andor que foi carregar Jerônimo, reconhecidamente um candidato fraco, sem carisma, imposto por Rui Costa, visto como o "rei sol", o qual enfiou goela abaixo do PT JR atropelando Wagner (que já havia lançado seu nome) e Otto (pré-lançado por Lula).
Então, observe ainda, que ACM Neto ao ter 40.08% dos votos válidos alguns deles foram Lula-ACM Neto-Otto uma vez que tanto Bolsonaro 24.31% dos votos na Bahia; quanto Cacá Leão seu candidato ao Senado com 25.24% dos votos (1.826.218), tiveram percentuais abaixo de Neto.
Também vale observar que sairam das urnas votos Bolsonaro-ACM Neto-Dr Raissa uma vez que Roma teve apenas 9.08% dos válidos na Bahia contra 24.31% de Bolsonaro e 14.61% de Raissa (candidata ao Senado - 1.057.085).
Por isso mesmo, ACM Neto tem mantido a neutralidade defendendo que tanto pode governar com Lula e/ou Bolsonaro, mas como já disse João Roma e o próprio Bolsonaro, os bolsonaristas vão votar nele no segundo turno. São esses votos, pois, os 9.08% de Roma (que certamente não irão todos) que está levando o pleito na Bahia para uma disputa acirrada no segundo turno.
O que parecia favas contadas para Jerônimo ficou apertado, ainda que o candidato petista mantenha uma leve vantagem dada a força de Lula e a estrutura política da base governista com Jaques Wagner/Otto Alencar e Rui Costa, além do PCdoB, PSB, Avante e outros menos cotados.
Nós precisamos sempre refrescar a memória dos leitores. Esta é a primeira eleição desde 2006 que tem segundo turno na Bahia.
Wagner venceu os dois pleitos que disputou (2006/2010) no primeiro turno com folgas;e Rui (2014/2018) da mesma forma. Em 2018, Rui obteve 75.47% dos votos válidos, ou seja, 4.996.191; e José Ronaldo (DEM) minguados 22.30% - 1.459.029 votos.
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Então, em resumo, teremos pleitos no Brasil e na Bahia com vitórias apertadíssimas entre os vencedores e os perdedores.