Candidato manterá a neutralidade diante Jair Bolsonaro e Lula da Silva
Tasso Franco , Salvador |
07/10/2022 às 19:09
ACM Neto com apoiadores na última quinta-feira à noite
Foto: Vitor Villar
MIUDINHAS GLOBAIS:
1. O candidato do União Brasil ao governo do estado, ACM Neto, em video divulgado por sua assessoria no twitter manteve a frase usada à mancheia no 1º turno, de que vai "governar a Bahia com o presidente que o Brasil escolher" e fazer como fez quando prefeito de Salvador governando com três presidentes e sendo escolhido o melhor prefeito do país, entre os 9 pesquisados pela Folha de SP nas Regiões Metropolitanas.
2. Isso tem precedente porque Rui Costa (PT) governa com Jair Bolsonaro (PL) presidente e são adversários. E, destaque-se, Rui faz um bom governo segundo avaliações das pesquisas locais e nacionais. A questão é que, o candidato agora é Neto e não Rui. E Neto é que tem que esclarecer isso ao eleitorado de forma a convencê-lo.
2. Disse, ainda, noutra entrevista a um portal, "que o momento é de construir pontes com aqueles que votaram pela mudança na Bahia e agregar todos no segundo turno". Deixa claro, portanto, que os eleitores também votaram pela mudança nos candidatos do PSOL, Kleber Rosa, crítico do governo Rui, porém aliado de Lula; e do PL, João Roma, mais defensor de Bolsonaro do que critico de Rui/Lula. As observações são nossas e não do candidato Neto.
3. Nominalmente, Neto disse quando perguntado se já havia conversado com Roma, que "entre eu e ele" não houve conversa, mas ressalvou que os partidos e as lideranças políticas têm se falado e citou que "é natural que a maioria dos eleitores de João votem comigo".
4. O que se deprende desses diálogos é que Neto manterá a neutralidade até o fim (30 de outubro) sem afiançar que seja um bolsonarista, preservando a neutralidade e conquistando votos daqueles que votam tanto em Bolsonaro; quanto em Lula. Sua percepção é de que o básico é mudar a gestão na Bahia.
5. Neto entende que está enfrentando não um postulante ao governo do estado, mas todo o sistema que comanda a Bahia há 16 anos. O ex-prefeito de Salvador lembrou que, no primeiro turno, foi atacado do primeiro ao último dia e que, mesmo assim, mais de 40% do eleitorado da Bahia votataram nele. Lembrou das eleições de 2012, quando saiu vencedor no segundo turno, e do pleito de 2020 em Feira de Santana e Vitória da Conquista, quando candidatos do seu grupo político conseguiram a virada contra petistas no segundo turno.
6. “Não estamos enfrentando um candidato, estamos enfrentando o sistema que governa a Bahia há 16 anos. As condições impostas no primeiro turno foram muito mais duras e muito mais pesadas do que as condições políticas que vamos enfrentar agora no segundo turno”, disse, durante encontro com lideranças na noite de quinta-feira (6).
7. “Nós tínhamos quatro candidatos, no entanto eu era o único alvo da eleição. Eu fui atacado do primeiro ao último dia. Mesmo assim, 40% dos eleitores da Bahia votaram na gente. Se somarmos os votos dados a outros candidatos, a maioria do povo baiano demonstrou que quer mudança. E é importante destacar isso: essas pessoas votaram na gente porque acreditam de verdade no nosso projeto”, frisa.
8. O candidato do União Brasil destacou a mobilização espontânea que tem tomado conta dos comitês de campanha, com o aumento na procura por materiais gráficos, e nas redes sociais, com o crescimento dos compartilhamentos. “Parece que se repete um filme na minha cabeça. Em 2012, foi a mesma coisa. No segundo turno, a mobilização saiu da esfera política e ganhou as ruas, as pessoas, de forma muito espontânea”, disse, lembrando a disputa para prefeito de Salvador que ele venceu.
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