Para o chefe do Legislativo estadual, mais que ofender a honra de mais de 42,4 milhões de cidadãos nordestinos, o ataque revela toda a ignorância do ocupante do Palácio do Planalto com a história da região.
Tasso Franco , da reda��o em Salvador |
07/10/2022 às 10:36
Adolfo Menezes diz que Bolsonaro pratica "xenofobia"
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O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, deputado Adolfo Menezes (PSD), reagiu duramente, hoje (6.10) ao insulto do presidente Jair Bolsonaro, que chamou os nordestinos de “analfabetos”, insatisfeito com a votação obtida pelo presidente Lula na região, no primeiro turno das eleições gerais 2022.
Para o chefe do Legislativo estadual, mais que ofender a honra de mais de 42,4 milhões de cidadãos nordestinos, o ataque revela toda a ignorância do ocupante do Palácio do Planalto com a história da região.
“O insulto foi um exercício de xenofobia ao Nordeste, região berço de grandes vultos mundiais no campo da literatura, das ciências, da Medicina, das artes, da educação, da música, da cultura. E também da política”, comentou, o presidente da ALBA.
“Foi também uma heresia. A inaceitável xenofobia atingiu até o campo do sagrado, da fé. Irmã Dulce dos Pobres, primeira Santa nascida no Brasil, é baiana, é nordestina”, ressaltou.
“Respeite o Nordeste, presidente. Respeite a Bahia. Respeite esse povo sofrido, guerreiro, honesto, sábio, trabalhador, que ganha o pão com o suor do rosto. O Nordeste votou, majoritariamente 13 porque Lula olhou com carinho para a região e construiu oportunidades, que redundaram em desenvolvimento, emprego e renda para todos”, cobrou, peremptoriamente, Adolfo Menezes.
Chefe da ALBA destaca que não é razoável um presidente da República jogar uma região contra outras. “O Nordeste não esquece Lula por tudo que ele fez pela educação da região, inclusive pelo ensino superior, que o senhor agora asfixia com cortes de verbas”, condenou.
Adolfo Menezes, que exortou os outros oito presidentes de Legislativos do Nordeste a também apresentarem moção de repúdio ao ataque presidencial, encerrou o documento com um vaticínio: “O Nordeste não é analfabeto, presidente. Sepulte a sua xenofobia, como os nordestinos saberão sepultar, com o voto, qualquer presidente que tente desonrá-los”.