Bolsonaro manteve controle emocional até o fim do debate
Tasso Franco , Salvador |
30/09/2022 às 09:19
Bonner mediou o debate com sabedoria
Foto: Rep
O debate entre os candidatos a presidência da República realizado pela Rede Globo ontem à noite e madrugada desta sexta-feira, 30, teve como vencedor o apresentador William Bonner, o qual com sua experiência e sangue frio consegui conter o ímpeto dos candidatos mais afoitos e soube conduzir a contenda com equilíbrio e bom senso jornalístico.
Cada candidato teve seu ponto alto e também as suas derrapadas embora, pelo que se viu no longo debate que entrou pela madrugada (terminou às 1h55min) não nos parece que orientou os eleitores a mudarem de preferência, em votos. Até a candidata Simone Tebet, que no debate da Band se dera muito bem, desta feita não conseguiu sensibilizar o eleitorado.
Em nossa opinião, depois de Bonner quem se deu melhor foi o presidente Jair Bolsonaro o qual entrou determinado (e orientado) para atacar e carimbar o ex-presidente Lula da Silva de "chefe de quadrilha e corrupto" conseguindo o seu objetivo.
Lula bem que tentou se desvencilhar dessas acusações que não partiram só de Bolsoaro, mas também de Tebebt, Soraia e Kelmon mas não teve o êxito que se esperava dele, especialmente no primeiro bloco quando nos pareceu surpeendido pela ação virulenta de Bolsonaro.
Lula só conseguiu equilibrar o jogo mais adiante quando também imputou a Bolsonaro a marca de um governo corrupto, mas fazendo-o sem uma firmeza mais forte o que abriu espaços para que o presidente tivesse, iclusive direito de resposta.
Se esperava mais de Lula no debate e ele perdeu as estribeiras quando confrontado pelo padre Kelmon, quando deveria tê-lo ignorado ou levado no campo da galhofa. No momento em que se irritou, foi nesse bloco de confronto com o religioso que Lula se desquilibrou emocionalmente.
O padre Kelmon (PTYB) por sua vez foi um franco atirador no debate e fez uma dobrabinda de compadrio com Bolsonaro, um levantando a bola para o outro fazer o gol, permitindo que o presidente fizesse até mais de um gol graças o jogo combinado entre ambos.
Kelmon, também, quando participou do confronto com Soraia levou a candidata do União Brasil às cordas e esta soube até se desvencilhar e disparar frases de efeito contra o padre, a mais robusta aquela em que se referia ao inferno. E o padre com sua experiência de teólogo passou uma lição de moral em Soraia dizendo que ela ofendera a comunidade cristão no Brasil com um contingente de 84% da população.
E Soraia, à exemplo de Lula, ao invés de levar o padre na esportiva levou-o para o confronto das ideias e não se deu bem, até porque o padre nada tem a perder e pontua com 0% nas pesquisas de intenções de votos.
Já Tebet, a qual no debate da Band se saiu bem desta vez Bolsonaro conseguiu dessestabiliza-la com a pergunta envolvendo sua vice a presidência e referência ao crime de Celso Daniel com citações a Lula.
Bolsonaro também conseguiu neutralizar Soraia quando expôs que a senador andava na presidência pedindo cargos no governo. Esses dois questionamentos contiveram as duas mulheres candidatas que não se aprvoeitaram do debate para crescerem aos olhos do eleitorado. Pelo contrário, deixaram-nas presas a essas questões sem que dessem respostas que convencessem.
O candidato Ciro Gomes manteve a pegada professoral do economista, pouco entendível para os telespectadores, mas, desta feita esteve mais contido em ataques a Lula e também a Bolsonaro se apresentando com bastante equilíbrio. Diria que foi o Ciro "paz e amor" que vimos no debate.
O empresário d'Ávila, idem-idem, salvo algunas criticas a possíveis atos de corrupção de Lula e Bolsonarp cuidou de falar para os seus, elogiar o Partido Novo e o governador Zema de Minasa Gerais, seu aliado.
Então, em síntese, o debate foi quente, em determinados momentos quase explosivo, bem como o telespectador gosta, e louve-se a performance de Bonner que consegui levá-lo até o fim inclusive com considerações finais de cada candidato sem a possibilidade de direitos de respostas, uma das marcas do confronto. (TF)