Em meio à mais uma sessão polêmica na Câmara Municipal de Salvador, após a Casa derrubar, no último dia 9, o veto do Executivo ao reajuste salarial dos agentes comunitários de saúde e endemias, o vereador decano Téo Senna (PSDB) relembrou o histórico político e de amizade com Geraldo Júnior (MDB) e lamentou a postura que o presidente da Câmara vem adotando à frente da Casa Legislativa.
“Criou-se uma jurisprudência que nunca aconteceu na Câmara. A emenda ao projeto dos agentes de endemias foi feita escondida da sessão, derrubando o veto do prefeito Bruno Reis (UB), sem número de vereadores para votar, passando por cima de todos. Infelizmente é a transformação do cidadão pelo poder”, criticou Senna, ao que relatou.
“O conheci jogando bola na Associação dos Servidores do Banco Central (Asbac), o acompanhei quando assumiu o mandato na suplência de Luzinho Sobral, tornando vice-líder do governo de João Henrique na época, com um crescimento político que o reelegeu com boa votação, ao lado de ACM Neto, tornando-se secretário de Esportes do seu governo e depois construindo sua eleição como presidente da Câmara, seguindo para a reeleição na Casa e na luta para a eleição de Bruno Reis para prefeito. Lembro da inauguração da praça, no Alto do Parque, na Pituba, que homenageou sua mãe, Clarice de Almeida Ferreira, demonstrando a amizade que o governo tinha com ele em todos os momentos”, relembrou Téo Senna.
O edil também relatou a condução da votação que antecipou e reelegeu Geraldo Júnior como presidente da Casa. “Com o trabalho na Câmara e a amizade com os vereadores, tanto do governo quanto da oposição, acreditamos em sua eleição para deputado federal e, com mais 15 vereadores, decidimos apoiá-lo com o aval de ACM Neto e Bruno Reis. Mas, para a nossa supresa, na surdina, ele fez uma sessão para antecipar nove meses da eleição e permitir a sua reeleição, fugindo da Lei Orgânica e do Regimento Interno da Casa, que conseguiram modificar de forma obscura, aproveitando a amizade e a consideração dos vereadores para, logo em seguida, ser lançado o candidato a vice a governador da oposição”, disse Senna.
O vereador Téo Senna também questionou como vem sendo conduzidos os trâmites legislativos na gestão de Geraldo Júnior. “Após 20 anos na Câmara Municipal, nunca vimos a condução da Casa como está acontecendo agora, passando por cima da Lei Orgânica e do Regimento, o processo de formação das comissões sendo atropelado, sem considerar a paridade e escolhas de acordo com os partidos eleitos, nomeando apenas a oposição nas principais comissões, como a de Constituição e Justiça e de Fiscalização e Orçamento, numa verdadeira transformação do vereador de quando se elegeu para agora com o poder”, criticou Senna.