O som do berimbau ecoa e o tradicional banho de pipoca anuncia um novo momento para a Cultura na Bahia. Desta forma, gestores públicos, representações sociais, políticos e profissionais foram recepcionados, na noite de ontem (8), na plenária que debateu o futuro do setor no estado. Superando as expectativas da organização, cerca de 500 pessoas participaram do evento que aconteceu na Casa Rosa no bairro do Rio Vermelho, em Salvador.
Com muita dança, música, manifestos, representatividade e, acima de tudo, esperança, expressões culturais apresentaram suas demandas e abraçaram o novo projeto político apresentado pelo deputado estadual e candidato à reeleição Rosemberg Pinto (PT). No centro do debate, além do parlamentar, a secretária estadual de Cultura, Arany Santana. A condução ficou por conta do ator e humorista Sulivã Bispo.
Na pauta, a retomada da Cultura na centralidade das políticas públicas, do protagonismo dos blocos afro, afoxés e de samba; a presença da capoeira nas escolas públicas, a saúde das baianas de acarajé e sustentabilidade da cadeia produtiva do dendê, a importância da valorização das filarmônicas, do audiovisual, dos festivais, da cultura popular e periférica.
O evento
Na oportunidade, a secretária da Cultura Arany Santana falou sobre a diversidade das manifestações culturais na capital e interior, do legado de artistas consagrados e da representação identitária do povo baiano, na culinária, dança, artes. Ao deputado Rosemberg, líder do Governo e identificado com a Cultura, agradeceu a parceria. “Ele é um grande apoiador da Cultura, desde os tempos da Petrobras, quando ajudou os blocos afro e afoxés. Parabenizo também por promover esse encontro e apoiar essa gestão. Enquanto líder, ajudou a destravar muitas pautas de interesse para o setor”, declara.
Para o parlamentar, a oitiva (como caracterizou o evento) – para além do espaço institucional - foi muito enriquecedor para impulsionar o desenvolvimento e a capilarização do setor. “Na condição de parlamentar, é preciso que, além de ouvidor, tenhamos a capacidade e a possibilidade de alterar o status quo. Mais do que avaliar o que foi feito, e aí eu reconheço o legado de todos que passaram pela pasta, precisamos pensar como vai ser daqui para frente, o que falta”, ressalta, se dirigindo aos gestores e legisladores presentes, além de candidatos ao pleito.
Ainda segundo ele, a Cultura tem que ser olhada de forma estratégica. “Eu não posso debater apenas a ponte Salvador-Itaparica, apenas os investimentos nas policlínicas, hospitais - que são importantes - eu quero discutir as estruturas também para a nossa negrada fazer cultura em cada canto desse estado. É dessa forma que garantiremos a transformação”, discursa, enquanto é aclamado pelos presentes.
Conjuntura Política
Sem ministério e orçamento previsto para a Cultura, o parlamentar parabenizou o trabalho de colegas que atuam na Câmara Federal, responsáveis pela aprovação das leis emergenciais, e que garantiram a retomada do crescimento do setor no estado.
“A nossa dor é na cidade, é na cidade que a gente mora, que a gente faz cultura, que a gente vive. Se a gente não tiver a descentralização de investimentos para chegar nas cidades, independentemente de quem seja o presidente ou governador eleito, a angústia vai permanecer. O projeto do qual eu faço parte reconhece que é necessário dar um salto ainda maior na política cultural do estado da Bahia”, anuncia Rosemberg Pinto. “Não podemos retroagir, aceitar a cultura da simbologia que era feita por essa turma quando estava no poder”, conclui. Vale destacar as presenças de Bacelar, Lídice da Mata, das vereadoras Marta e Maria Mariguela e da socióloga Vilma Reis, pré-candidatos a deputados federais.