Política

RENUNCIA DO PREMIER ITALIANO MARIO DRAGHI DIFICULTA A CRISE ECONÔMICA

Situação bem c0mplicada na Itália
Tasso Franco , Paris | 21/07/2022 às 09:04
Mario Draghi
Foto: ANSA
  A Itália - ao que tido indica - enfrentará mais uma crise com a renúncia do premier Mário Draghi após 17 meses comandando o país, o que representava uma esperança, mas, sua base política frágil esfarrelou-se. 

   Em comentário do Wall Street Journal a atuação de Draghi como primeiro-ministro deram à Itália e à União Europeia motivos para otimismo" sobre a possibilidade de um renascimento da "moribunda economia italiana" em direção a um "caminho de crescimento sustentável". 

   Segundo o Wall, “A maior parte do crédito pela recuperação econômica rápida e resiliente da Itália da pandemia é do governo Draghi”, disse Mariana Monteiro, analista do Credi Suisse, ao jornal. "Com outro primeiro-ministro, sem a credibilidade e a capacidade conciliatória de Draghi, provavelmente será mais difícil aprovar a reforma", acrescenta.

Itália perde Draghi 
em momento perigoso

"A Itália perde Mario Draghi em um momento perigoso". Este é o título de um editorial do Financial Times assinado por Tony Barber e dedicado ao ex-presidente do BCE. Um editorial em que Draghi é comparado a Lucio Quinzio Cincinnato. "Como Cincinnato Draghi foi chamado para ser o salvador da Itália", observa o Financial Times abrindo o site com a renúncia do ex-presidente do BCE. 

"Para desespero dos aliados da Itália e da Otan, para quem as palavras e ações de Draghi tinham mais autoridade do que quase todas as estreias italianas pós-1945, o fim do governo chegou cedo demais", acrescenta. Mas não é "muito preciso, no entanto, sugerir que a Itália está agora no caos. Mesmo que o presidente da República Sergio Mattarella opte por eleições em setembro ou outubro, não há razão para que o parlamento italiano não possa aprovar a manobra para o próximo ano antes do final de dezembro - destaca o FT-.

 No entanto, pode ser mais difícil para qualquer outro governo implementar as medidas necessárias para garantir os fundos europeus”, acrescenta o jornal, temendo a hipótese de que se a crise se tornar muito aguda” em algum momento no futuro, a Itália poderá chamar outro respeitado não personalidade política para ajudar a resolver seus problemas”.

SEMPRE BESLUSCONI

"Sonho com um partido conservador que mantenha o Forza Italia, a Lega e os outros partidos que se reconhecem nos valores liberais dentro". Essa é a esperança levantada pelo presidente de Fi Silvio Berlusconi durante as contínuas cúpulas de centro-direita que aconteceram em Villa Grande, especificando, no entanto, que o tema da lista única não está na agenda.

O ex-primeiro-ministro, supostamente, falou sobre o programa de centro-direita e o tema do cargo de primeiro-ministro, explicando que uma figura de garantia pode ser necessária para governar. Em seguida, voltou a sublinhar "que a centro-direita deixou ao primeiro-ministro Draghi a possibilidade de escapar da crise, mas o primeiro-ministro mudou-se para o campo do Partido Democrata, encontrando-se também com o secretário do Partido Democrata, Enrico Letta".