Outros aliados da base estão participando, mas de forma discreta, uma vez que foram preteridos pelo MDB
Tasso Franco , Paris |
19/07/2022 às 09:21
Angelo Coronel, senador
Foto: Agência Senador
O que já se falava em sussurros nos bastidores da politica na base governista - a ausência do senador Ângelo Coronel (PSD) na pré-campanha de Jerônimo Rodrigues - chega ao público de forma mais aberta com a cobrança pública do senador Jaques Wagner (PT), numa entrevista na Rádio Metrópole.
“As pessoas têm comentado que ele está distante. Os filhos dele estão na campanha, obviamente, porque concorrem a cargos, mas ele está distante. Precisa comparecer mais”, disse o petista, na entrevista, hoje.
O senador Coronel não passou batido e respondeu: “Fico feliz que Jaques Wagner esteja com saudade”, comena o Politica Livre.
Coronel ponderou que, apesar de sua ausência, “a família Coronel está bem representada”. Ele se refere às presenças dos filhos Angelo Coronel Filho, pré-candidato a deputado estadual, e Diego Coronel, pré-candidato a federal. Sobre a fala de Wagner, de quem salientou ser “colega e amigo fraterno”, arrematou: “só sente a ausência quando se gosta”.
A justificativa de Coronel sobre sua ausência na pré-campanha JR, uma vez que, pelo menos em tese, integra a base governista, é de que tem amigos dos dois lados da disputa. Salientou ser amigo de Jerônimo Rodrigues e do correligionário Otto Alencar (PSD) e de ACM Neto (União Brasil) e Cacá Leão (PP), o que dificulta que ele entre de cabeça em algumas das campanhas.
“Tenho amigos dos dois lados. É uma situação até um pouco delicada participar de uma campanha tendo amigos como adversários”, declarou Coronel. O senador do PSD disse, entretanto, que é “homem de grupo”: “Torço por uma campanha limpa e que ganhe o melhor. Mas a gente torce, claro, pelo time em que a gente está”, finalizou.
O que se observa na pré-campanha de Jerônimo, um nome enfiado goela abaixo pelo governador Rui Costa para disputar o governo, é que além de Coronel outras personalidades da política da base governista senão ausentes de todo, cumprem apenas a tabela, uma vez que, se não foram consultados para a formação da chapa, e aliados antigos como o PSB e o PCdoB foram preteridos por um nome indicado pelos irmão Geddel e Lúcio Vieira Lima, e continuam sendo até na escolha do suplete de Otto Alencar, natural que isso acontecesse.
Coronel, obviamente, por ser senador é o mais destacado ausente. Mas, percebe-se que outros nomes da base, estão discretos no apoio a Jerônimo e a adesão do MDB, salvo o impacto inicial porque Geraldo Jr é o presidente da Câmara de Vereadores da Capital e pode colocar algumas pedras no sapato do prefeito Bruno Reis, por tabela, em ACM Neto, do ponto de vista eleitoral não alterou nada em quantitativos de votos.
Pelo contrário: fez com que, as antigas forças da base governista, se sentissem preteridas. E, como tal, se preteridas foram assim colocadas no cenário político das eleições, se sentem à vontade no apoio discreto a Jerônimo, o qual não sendo do ramo político e não tendo liderança própria, espera que Rui e Wagner resolvam o pepino.
Pela resposta dada por Coronel, vê-se, pois, que ele deve participar de algum evento com JR, mas, deixará o barco correr à vontade e suas bases interioranas que decidam ou por Neto ou por Jerônimo, uma vez quem sendo amigos dos dois, quem ganhar se dará bem, em casa. (TF)