Política

O FANTASMA DENICE NA PRÉ-CAMPANHA JERÔNIMO E DIFICULDADES DE RUI (TF)

Governador não está só, mas a responsabilidade por Jerônimo é somente dele
Tasso Franco , Paris | 16/06/2022 às 15:34
Jerônimo em Aiquara, em foto distribuída por sua assessoria
Foto: DIV
     O deputado estadual Alan Sanches (UB) afirmou ontem que o governador Rui Costa "anda nervoso" e atacando o prefeito de Salvador, Bruno Reis, gratuitamente, porque seu pré-candidato a governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, não decola. 

   E, segundo Alan, não irá decolar porque simplesmente a Bahia tem a pior educação pública do ensino fundamental do país, pasta que era dirigida por Jerônimo.
  
    Tem algum sentido as declarações de Alan, mas, não de todo, uma vez que a pré-campanha está só começando e as eleições vão acontecer em outubro. 

   É possível que Rui ande, de fato, preocupado, porque teve o exemplo recente de sua candidata a prefeita de capital, major PM, Denice Santiago, que não decolou.
  
   Evidente que o cenário é outro, cada campanha tem sua própria história, mas, ainda assim, trata-se de um exemplo relevante uma vez que Rui contrariando a todos decidiu lançar Denice o que não teve apoio dos partidos aliados da base, cada qual lançando seu próprio candidato, como foram os casos de Olivia Santana, pelo PCdoB; deputado pastor Isidório pelo Avante; e Bacelar, pelo Podemos. Ficou fácil para uma vitória de Bruno Reis apoiado pelo então prefeito ACM Neto.
  
   Agora, ao menos, os partidos aliados estão apoiando Jerônimo, porém, o que se percebe é que se trata de um pré-candidato de Rui e ninguém tem responsabilidade com ele. Caso haja uma vitória, tudo bem, teria sido da aliança; mas, caso haja derrota, a derrota será de Rui. 

   Tanto isso parece real que os integrantes do PCdoB, ainda ressabiados porque Rui não apoiou Olivia para prefeita, em 2020, usam as redes sociais mais para atacar o governo de Jair Bolsonaro do que, para qualquer outra coisa, e sempre falam em Lula, pouco ou nada em Jerônimo.
  
   Ademais, a presença de Geraldo Jr, do MDB, aliado dos Vieira Lima, na vice de Jerônimo, embora tenha sido uma boa jogada política para enfraquecer a base de Bruno na Câmara de Salvador, foi um atropelo a quem já estava na estrada há anos apoiando o PT. 

   E, o rifamento da pré-candidatura Jaques Wagner a governador, já pré-lançado pela direção do PT foi outro desgaste enorme. 
   
   Wagner, hoje, faz campanha para Jerônimo também com o objetivo maior de eleger Lula, ou tendo como prioridade o líder petista nacional. 

   O mesmo acontecendo com o PSB de Lidice da Mata, a qual tem usado as redes sociais para falar mais da política nacional do que da estadual.
   
   O senador Otto Alencar, outro que foi vetado como possível pré-candidato a governador ainda não entrou na campanha e seu correligionário Angelo Coronel, muito menos.
   
   Vê-se, pois, as dificuldades encontradas por Rui para alavancar seu candidato que é desconhecido da Bahia, sua militância partidária é vaga, e sofreu uma grande baixa com o rifamento do vice João Leão que bandeou para ACM Neto e levou consigo bases importantes no interior do estado, só para citar duas delas, Itaberaba e Jequié.

    Neto já acusou o gestor estadual de pressionar os prefeitos do PP para segui-lo numa política de perseguição. Isso nunca deu resultados. Os prefeitos fingem que se aliam, levam os convênios, mas, na hora dos votos eles não aparecem. Há precedentes disso na história da Bahia.
   
   Portanto, não diriamos como Alan, que Rui esteja nervoso, uma vez que seu governo tem muita coisa para mostrar de positivo, mas, que está preocupado, isso, sem dúvida. E o especto de Denice está à vista. (TF)