Pré-candidato ao governo do estado conversou com rádios da região de Irecê nesta quarta-feira (04)
Tasso Franco , Salvador |
04/05/2022 às 16:15
ACM Neto em Irecê
Foto: DIV
O pré-candidato ao Governo da Bahia ACM Neto (União Brasil) afirmou que os órgãos estaduais que trabalham com foco em soluções e melhorias de técnicas para os agricultores da Bahia estão "sucateados". O ex-prefeito de Salvador conversou com rádios da região de Irecê nesta quarta-feira (04), e avaliou que a atenção a esse setor será uma das prioridades do seu plano de governo.
"Já estou aprofundando a discussão do plano de governo e, em debate interno com técnicos e profissionais que lidam diretamente com o setor da agricultura em nosso estado, é impressionante ver como houve um sucateamento dos órgãos estaduais ligados à agricultura desde que o PT assumiu a gestão estadual", criticou.
Ao citar órgãos como a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), e a Bahia Pesca, ACM Neto ponderou que muitos deles foram extintos ou aparelhados politicamente.
"Esses órgãos foram colocados na mesa das negociatas políticas e ficaram sob a indicação do partido A ou do partido B. Se eu tiver a oportunidade de ser governador, penso em redesenhar completamente a Secretaria de Agricultura e todos os seus órgãos internos", ressaltou.
"Nós vamos prestigiar os quadros técnicos, colocar pessoas qualificadas e realizar uma gestão de excelência, de resultados e, sobretudo, trabalhar com uma visão descentralizada", acrescentou o pré-candidato, explicando que cada região tem características próprias e, por isso, precisam ter olhares direcionados às suas peculiaridades.
"A gente percebe que hoje não existe apoio técnico, não existe suporte para expandir a segurança hídrica. Poucas foram as obras de barragens, açudes, canais e de perímetros de irrigação tocadas nos últimos anos pelo governo do estado. O pequeno e o médio agricultor ficaram sem apoio, sem suporte", disse.
"É preocupante olhar as oportunidades econômicas que estão sendo perdidas. Do outro lado, é importante avaliar os milhares de empregos que poderiam ser criados se houvesse um trabalho mais forte em relação ao aproveitamento do potencial agrícola", salientou.
ACM Neto explicou ainda que todas as ações serão ponderadas a partir das reais necessidades de cada região estudada: "Tem lugar, por exemplo, que tem uma produção limitada pela dificuldade de acesso a energia. O pequeno produtor tem dificuldade de pagar a conta, que é muito alta. Já o grande produtor não consegue apoio da empresa de energia da Bahia, que simplesmente não assegura o suporte energético para que a indústria se instale. E tudo isso sacrifica empregos em todo o estado".
Baixio de Irecê
O pré-candidato ao Governo também enfatizou a força do projeto do Baixio de Irecê. Para ACM Neto, o empreendimento tem a possibilidade de se transformar na maior fronteira agrícola do Brasil.
"Mas, infelizmente, tantos e tantos bilhões de reais foram ali colocados em um projeto que se estendeu por muito mais tempo do que inicialmente previsto até a conclusão. E, até hoje, não há produção. Além disso, não há planejamento para o que pode acontecer daqui a dez, vinte, trinta anos", avaliou.
"Está faltando na Bahia essa visão futuro, essa perspectiva estratégica de médio e longo prazo. A produção, inevitavelmente, vai acontecer. Mas e a infraestrutura? Como é que aquela região vai crescer? E o acesso das pessoas que vão morar lá? A saúde, a educação, o transporte, e todos os serviços públicos? Existem muitas questões que não foram enfrentadas e, na minha opinião, tudo isso é omissão do Governo do Estado, que não assumiu o papel que podia ter assumido", disse Neto durante a entrevista.
O ex-prefeito de Salvador questionou o fato de a atual gestão estadual tentar transferir a responsabilidade para o Governo Federal. Para ACM Neto, a partir do momento que o Baixio de Irecê se torna um projeto estratégico para todo o estado, é imprescindível que o Governo da Bahia trabalhe para acelerar a perspectiva de produção nas áreas.
"O Estado tem um papel fundamental de articulador, de coordenador das ações, inclusive para acelerar a perspectiva de produção naquelas áreas tão extensas. Esse projeto é estratégico para todo o Brasil. Ali pode haver, no futuro, uma nova fronteira agrícola pro nosso país", finalizou.