No 34º dia de guerra na Ucrânia, novas negociações aconteceram na terça-feira em Istambul, na Turquia. As conversas, que duraram quatro horas, foram descritas como "significativas" por Moscou. A Ucrânia se ofereceu para aceitar um status de estado neutro se obtivesse um “acordo internacional” garantindo sua segurança.
Para saudar o progresso nas negociações, a Rússia disse que "reduziria radicalmente [sua] atividade militar na direção de Kiev e Chernihiv", disse o vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, sobre o resultado das discussões.
A Ucrânia anunciou na segunda-feira que Irpine, cenário de combates ferozes nos subúrbios de Kiev, havia sido "libertado" das forças russas. Na sexta-feira, Moscou, em dificuldade nesta ofensiva, anunciou que agora concentraria seus esforços na “libertação do Donbass”.
As autoridades ucranianas estão preocupadas com a situação ainda terrível no porto sitiado de Mariupol. De acordo com uma assessora da presidência ucraniana, Tetiana Lomakina, "cerca de cinco mil pessoas foram enterradas, mas as pessoas não são enterradas há dez dias por causa do bombardeio contínuo". Ela estimou que “dado o número de pessoas ainda sob os escombros (…) pode haver cerca de dez mil mortos”.
Volodymyr Zelensky pediu na segunda-feira à noite um embargo ao petróleo russo. O presidente da Ucrânia pediu mais uma vez a seus aliados que forneçam armas adicionais à Ucrânia. “O medo sempre faz de você um cúmplice”, disse ele.
As tropas russas, que entraram na cidade de Slavutyc
O prefeito da cidade de Slavutych, onde vivem os funcionários da fábrica de Chernobyl, anuncia ao Le Monde que as tropas russas, que cercaram a cidade por um mês e entraram no sábado, saíram, negando relatos de que a cidade está ocupada. "Não houve nenhum por dois dias", diz Yuri Fomichev.
“Há alguns dias recebemos um ultimato: ou nos rendemos ou o inimigo nos atacará. Decidimos que nossa cidade não se renderia sem luta”, diz. O exército ucraniano não está presente na cidade. “Estamos na zona ocupada há muito tempo. Não podemos trazer comida, remédios e armas. Nosso exército só poderia nos ajudar bombardeando as tropas inimigas que se aproximavam da cidade. A luta durou dois dias, disse ele.
Sinais “positivos” para negociações russo-ucranianas, diz Volodymyr Zelensky
Os sinais das conversas russo-ucranianas de terça-feira na Turquia são "positivos", mas a Ucrânia "não pretende relaxar" seus esforços militares, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
"Podemos dizer que os sinais que estamos ouvindo nas negociações são positivos, mas não silenciam as explosões ou os projéteis russos", disse ele em uma mensagem de vídeo postada no Telegram. “Os militares russos ainda têm um potencial significativo para continuar os ataques contra nosso estado”, observou ele.
Envolvimento russo na República Centro-Africana
interrompido pela guerra na Ucrânia
De acordo com fontes corroborantes, um downsizing está em ação entre os mercenários do Grupo Wagner, descritos como a força oculta de Vladimir Putin.
“Eles eram simples habitantes de Slavutych que pegaram em armas e defenderam a cidade. Eles não são soldados profissionais, foram defender a cidade porque tinha que ser feito. No sábado, uma grande manifestação foi realizada em Slavutych. “Havia muita gente, pelo menos 5.000 pessoas. Eu estava vindo de uma vila próxima. Eu estava lá por questões de segurança, para evitar que os ocupantes ameaçassem a cidade de me capturar”, diz o prefeito.
QUEBROU
Primeira vítima de sanções, gasoduto Nord Stream 2 da Gazprom fica de lado
Com sede na Suíça, a empresa demitiu todos os seus funcionários e entrou com pedido de falência. Outras empresas russas poderiam seguir.
MERCADO EM ALTA
A invasão da Ucrânia pelo exército russo, desde 24 de fevereiro, não impediu o comércio de gás. Pelo contrário, o transporte de combustíveis pelo gasoduto da Irmandade (“fraternidade”) tem registado um aumento de atividade nos últimos dias. Este longo tubo vai da Rússia para os países da União Europeia (UE), passando por solo ucraniano. No ponto de passagem entre a cidade de Uzhhorod (Ucrânia) e a Eslováquia, por exemplo, o volume de entregas para a UE mais que dobrou: 851 gigawatt-hora (GWh) em 28 de fevereiro, contra 372 GWh em 23 de fevereiro, segundo dados da associação europeia de operadores de redes de transporte de gás Entsog.
O aumento responde primeiro à lógica do mercado, de acordo com vários observadores. Isso pode ser explicado, em particular, pelo fato de as empresas europeias continuarem a usar seus contratos de longo prazo celebrados ao longo de vários anos com a empresa russa Gazprom. Acima de tudo, se estes contratos garantirem preços inferiores aos, aliás, do mercado “spot”, onde o gás é negociado diariamente e continua a ultrapassar os 100 euros por megawatt-hora. Seis vezes mais do que há um ano.