Segundo a ONU, mais de dez milhões de pessoas, ou cerca de um quarto da população, tiveram que deixar suas casas desde o início da guerra. Uma nova rodada de negociações entre as autoridades russas e ucranianas deve ocorrer na Turquia na terça-feira.

Em meio a uma onda de sanções contra Moscou desde sua ofensiva na Ucrânia, o chefe da diplomacia russa anunciou na segunda-feira que um decreto estava em preparação para limitar o acesso ao território russo a cidadãos de países responsáveis ​​por atos “hostis”.

“Está sendo preparado um projeto de decreto presidencial para introduzir medidas de retaliação, em relação aos vistos, em conexão com as ações hostis de vários governos estrangeiros”, disse Sergey Lavrov, acrescentando que este projeto prevê “toda uma série de restrições” para entrar na Rússia, mas sem especificando quais países seriam sancionados em particular.

DUAS UCRÂNIAS

As delegações russa e ucraniana se reunirão no início da semana na Turquia para uma nova sessão de negociações, anunciaram no domingo um dos negociadores ucranianos, David Arakhamia, e o negociador-chefe russo, Vladimir Medinsky, sem que a data precisa tenha sido dada. conhecido.

A questão da "neutralidade" da Ucrânia, um dos pontos centrais das discussões com a Rússia para acabar com o conflito, é "estudada em profundidade", assegurou Volodymyr Zelensky, em entrevista à mídia russa no domingo. O presidente ucraniano também lembrou mais tarde que seu governo priorizaria a "soberania" e a "integridade territorial" da Ucrânia durante as negociações planejadas na Turquia.

O chefe da inteligência militar da Ucrânia, Kyrylo Budanov, acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de querer dividir a Ucrânia em duas, assumindo o controle do leste do país. “Na verdade, é uma tentativa de criar uma Coreia do Norte e uma Coreia do Sul na Ucrânia”, disse ele, referindo-se à divisão da Coreia após a Segunda Guerra Mundial.

No front, após mais de quatro semanas de ofensiva, o exército russo não conseguiu assumir o controle das principais cidades ucranianas. Na sexta-feira, Moscou deu a entender que seus objetivos estavam sendo revisados ​​para se concentrar no controle da região de Donbass, onde separatistas pró-Rússia combatem as forças ucranianas desde 2014.