No discurso no evento, Bolsonaro se dirigiu a indígenas presentes. Ele agradeceu o cocar oferecido e disse que o homem branco e o indígena "cada vez mais" se transformam "em iguais".
Tasso Franco , Salvador |
18/03/2022 às 14:11
Bolsonaro e a comunidade indígena
Foto: REP
O presidente Jair Bolsonaro vestiu um cocar nesta sexta-feira (18) para receber, em cerimônia no Ministério da Justiça, a medalha do mérito indigenista. A medalha é uma honraria criada em 1972, para homenagear as personalidades que se destacam pela proteção e promoção dos povos indígenas brasileiros.
No "Diário Oficial da União" de quarta-feira (16), já havia sido publicado que Bolsonaro estaria na lista dos agraciados deste ano. A premiação é definida pelo ministro da Justiça, Anderson Torres.
A escolha de Bolsonaro para receber a medalha não foi bem recebida entre entidades e associações representativas dos povos indígenas.
Isso porque, ao longo do mandato, o presidente tem tomado decisões que são vistas como prejudiciais para a cultura e segurança dos povos indígenas (veja uma lista mais abaixo).
No discurso no evento, Bolsonaro se dirigiu a indígenas presentes. Ele agradeceu o cocar oferecido e disse que o homem branco e o indígena "cada vez mais" se transformam "em iguais".
"Me sinto muito feliz com este cocar graciosamente ofertado. Somos exatamente iguais. Todos nós viemos à terra pela graça de Deus. Cada vez mais nos transformamos em iguais. Isso não tem preço. O que nós sempre quisemos foi fazer com que vocês se sentissem exatamente como nós", afirmou o presidente.
Bolsonaro também voltou a argumentar que os indígenas estão, agora, mais integrados à sociedade. O presidente disse ainda que deseja que os indígenas “façam em suas terras exatamente o que nós fazemos nas nossas”. Ele não citou a mineração e produção de grãos, mas essas são duas atividades que o presidente sempre defende que possam ser flexibilizadas em terras indígenas.