Dos 129 réus, 128 foram condenados; Daryan Martin pegou 30 anos
Tasso Franco , Salvador |
17/03/2022 às 07:54
Protestos de 2021
Foto: Reuters
Um grupo de 128 cubanos que participou das manifestações de 11 e 12 de julho de 2021 em Havana foi condenado a penas de 6 a 30 anos de prisão, informou nesta quarta-feira o Tribunal Supremo de Cuba.
Nos julgamentos, realizados entre 14 de dezembro e 3 de fevereiro, foram julgados 129 participantes dos protestos nos bairros de Diez de Octubre e La Güinera, "acusados de cometer e provocar graves distúrbios e atos de vandalismo", disse o Tribunal Supremo (TSP) em comunicado publicado em seu site.
Dos 129 réus, 128 foram considerados culpados de crimes de sedição e furto. Entre eles, Dayron Martín Rodríguez e Miguel Páez Estiven foram condenados a 30 anos de prisão, acrescentou a nota.
Segundo o comunicado, ambos os grupos derrubaram veículos, incluindo viaturas, e atiraram pedras, garrafas e coquetéis molotov contra instalações da polícia e agentes do Ministério do Interior, causando "ferimentos a outras pessoas e sérios danos materiais". Em La Güinera, houve uma morte, a única das históricas manifestações que eclodiram em quase 50 cidades cubanas sob gritos de "Liberdade" e "Temos fome".
Laritza Diversent, diretora da ONG de direitos humanos Cubalex, com sede em Miami, disse à AFP que as sentenças anunciadas nesta quarta-feira "geram esse efeito exemplar no resto da sociedade, levando em conta que Havana é uma das províncias mais difíceis de governar" e onde houve mais protestos e prisões em julho.