Na Guerra na Ucrânia: a situação humanitária se torna crítica em várias cidades, a Rússia continua sua campanha de bombardeios.
Na cidade sitiada de Mariupol, sem água, gás, eletricidade e logo sem comida, a situação é "desesperante", segundo MSF. Pela primeira vez desde o início da invasão, o exército russo atacou cidades até agora poupadas, como Dnipro, e continua avançando em Kiev, onde 20.000 pessoas foram evacuadas em dois dias.
A GUERRA QUIMICA E DE INFORMAÇÃO
O Conselho de Segurança da ONU transformou a sexta-feira em um campo de acusações de desinformação e manipulação entre o Ocidente e a Rússia, por ocasião de uma reunião solicitada por Moscou sobre uma suposta presença na Ucrânia de armas biológicas coordenada com os Estados Unidos – o que foi negado liminarmente.
A Ucrânia tem "uma rede de 30 laboratórios" onde são realizados "experimentos biológicos muito perigosos", disse o embaixador russo Vassily Nebenzia. A ONU “não tem conhecimento de nenhum programa de armas biológicas na Ucrânia”, declarou anteriormente um oficial de desarmamento da ONU, Izumi Nakamitsu, enquanto os embaixadores da Ucrânia e dos Estados Unidos rejeitaram as alegações russas.
Moscou está usando o Conselho de Segurança para proferir “uma série de teorias da conspiração loucas, completamente infundadas e irresponsáveis”, lançou a embaixadora britânica Barbara Woodward. A sua homóloga americana, Linda Thomas-Greenfield, esclareceu que a ajuda prestada pelo seu país à Ucrânia em termos de biologia visava detectar doenças como a Covid-19. As acusações russas foram feitas na quinta-feira pelo Ministério da Defesa e pelo chefe da diplomacia Sergei Lavrov.
Além disso, a Rússia e a Ucrânia se acusaram mais uma vez de mentir sobre a maternidade de Mariupol, destruída esta semana por um bombardeio russo. Vassily Nebenzia, exibindo fotos, afirmou que uma mulher grávida mostrada em frente ao prédio não era uma delas, seu colega ucraniano, Sergiy Kyslytsya assegurou o contrário ao anunciar ao Conselho "as boas notícias", com o nascimento de 'uma garotinha'.
TURCOS EM MESQUISTA
A municipalidade da cidade portuária ucraniana de Mariupol, sitiada pelo exército russo por uma dúzia de dias, pediu na sexta-feira que a Turquia interceda junto a Moscou enquanto 86 turcos, incluindo 34 crianças, estão presos em uma mesquita. A luta mudou na sexta-feira para a área onde a mesquita está localizada, no oeste da cidade, disse Petro Andryushchenko, um vereador da cidade. Desde o início de sexta-feira, a Rússia vem bombardeando a cidade implacavelmente, impedindo que os moradores saiam. As pessoas que se refugiam na mesquita são, portanto, inacessíveis, disse ele.
"Nosso governo não pode falar com o governo russo, então esperamos que o governo turco possa falar com eles para salvar esses turcos, assim como os ucranianos", escreveu ele em um post no Telegram. “Estamos prontos para qualquer operação de evacuação dos turcos, mas para isso precisamos que a Turquia nos ajude a parar os ataques. Sem a ajuda do governo turco, acredito que seja impossível”, continua.
No início desta semana, os militares russos bombardearam um complexo hospitalar, incluindo uma maternidade em Mariupol, matando três pessoas, incluindo uma criança, e provocando indignação internacional.