Política

EXÉRCITO RUSSO CHEGA A KIEV E GUERRA DA RESISTÊNCIA TEM COMBATES

Russos querem tomar de assalto a capital da Ucrânia e depor o governo
Tasso Franco , Salvador | 25/02/2022 às 09:36
Soldados da Ucrânia lutam na resistêncIa
Foto: REP
  Soldados russos estão se aproximando da capital ucraniana, enquanto em outros lugares surgem frentes militares, cidades são cercadas e refugiados fogem dos combates. A situação militar ainda não é desesperadora, mas parte do país já se projeta numa lógica de guerra de resistência.

No segundo dia da guerra lançada por Vladimir Putin contra a Ucrânia, após o espanto, o quadro das operações militares se clareia. Primeira lição: o exército ucraniano está lutando. Segunda lição: recua.

Em Kiev, como em Moscou, os militares emergiram de mapas do quartel-general que pareciam destinados a acumular poeira. São múltiplas frentes, cidades cercadas, refugiados fugindo dos combates e uma capital europeia perto da qual ressoa o barulho de helicópteros e canhões de combate.

Em Sumy e Kharkiv, no norte, os combates nas áreas urbanas ocorreram na noite de quinta-feira, 24 de fevereiro, para sexta-feira, 25 de fevereiro, com armas pesadas e automáticas. Se Kharkiv, a segunda cidade ucraniana, parece aguentar, a situação é mais incerta em Sumy, e colunas russas saindo desta cidade em direção a Kiev foram relatadas. A cidade de Konotop, um pouco mais ao norte, seria cercada.

É na capital que todos os olhares estão fixos, e nela Moscou concentrou uma parte significativa de seu esforço. Graças ao envio de tropas e forças aéreas na Bielorrússia, sob o pretexto de exercícios simples, o exército russo colocou Kiev ao seu alcance. Na madrugada desta sexta-feira, os habitantes foram novamente despertados pelas explosões, uma das quais, muito forte, é atribuída à destruição em voo de um míssil ou de um avião de combate.

SWIFT

Do lado da União Europeia (UE), não havia dúvida, na quinta-feira, ao decidir sobre novas sanções, de excluir a Rússia do sistema global Swift de trocas e pagamentos interbancários globais. Segundo um diplomata europeu, era impossível adotar tal medida sem consulta aos Estados Unidos, Japão, Austrália e outros atores.

Na quinta-feira, os Estados Unidos também desistiram de iniciar a expulsão de Swift da Rússia, exigida por alguns funcionários eleitos no Congresso. "Atualmente, esta não é a posição que o resto da Europa quer adotar", resumiu o presidente dos EUA, Joe Biden.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, faz um discurso muito mais vigoroso e, de fato, quer privar a Rússia do acesso ao Swift, apesar do impacto negativo que tal decisão teria na City, segundo centro financeiro mundial. “A opção está na mesa”, disse ele na quinta-feira. “É vital que tenhamos uma unidade do G7”, acrescentou.