O que essse episódio tem a ver com a sucessão baiana poucos dias após a reunião com Lula, o manda chuva do PT sinalizando uma possível mudança na cabeça da chapa da base governista, com Otto Alencar para governador; Rui Costa ao Senado; e Leão assumindo o governo por 8 meses com seu partido ainda indicando o vice? Especula-se, entre os mais cotados, Roberto Muniz e Nelson Leal.
Ora, tem muito a ver. Primeiro, uma possível pré-candidatura de Leão a governador fora desse 'esquemão' está fora de cogitação. Ele não tem cacique político nem apoio para isso, sequer dentro do seu próprio partido, tanto que Júnior Muniz, deputado estadual eleito pelo PP já tinha desertado e dito que apoiaria Jaques Wagner; e Robinho, também PP, antes disso, rompido com o governador Rui Costa já havia deixado a base.
A segunda hipótese - Leão governador por 8 meses - é viável e confortável porque não precisa gastar sola de sapatos numa campanha e sim, apenas, a ascensão ao cargo com a possível desencompatibilização do governador para concorrer ao Senado.
Entra, em cena, a questão da saúde do vice-governador, pois, mesmo nesta condição de governador tampão terá que comandar a caneta e a sucessão administrando a máquina estatal que é imensa e estruturada mais para atender o PT do que os outros partidos da base, com bastante disposição, viagens e reuniões.
Há uma queixa generalizada na Assembleia, antiga, dando conta dessa afirmativa, de que o governo atende mais os petistas do que os pedesistas, os pepistas, comunistas, os socialistas e outros menos cotados.
No meio político petista teme-se por Leão governador e isso ficou público e notório com a pré-noticia de que haveria uma mudança na cabeça da chapa, a troca de Wagner por Otto, com deputados petistas, a direção partidária petista no estado e até secretário do governo, afirmando que o nome é Wagner e fim de conversa, quando não é bem assim, uma vez que, quem de fato dá as cartas é Lula e o ex-presidente analisa a Bahia com uma visão macro. Se para sua eleição o melhor for Otto será Otto.
Lula está atuando dentro do pragmatismo político e essas opiniões do segundo escalão não movem uma palha. Veja que o governador Rui Costa nada falou sobre a reunião com Lula; muito menos Otto Alencar. E, o presidente da Assembleia Legislatica, Adolfo Menezes (PSD), ottista dos mais antigos e defensor do governo Rui e da pré-candidatura Wagner, na inicial, hoje, admite, que "onde há fumaça existe fogo".
Portanto, o nome de Otto na cabeça está em andamento, embora não se tenha batido o martelo. E, supõe-se o mal estar de Leão entra, agora, numa nova avaliação. Daí, como se viu sua pressa em dizer que está ótimo e pronto para trabalhar pela Bahia.