Em nossa opinião Moema seria mais competitiva do que Jaques Wagner
Tasso Franco , Salvador |
22/01/2022 às 11:56
Moema Gramacho seria mais competitiva do que Wagner
Foto: Ascom PMLF
O Partido dos Trabalhadores (PT) administrado nacionalmente com mão de ferro pelo ex-presidente Lula da Silva, com decisões políticas monocráticas, envelheceu e não está percebendo o fosso em que se mete sem uma politica de renovação dos seus quadros, entendendo-se que as tábuas de salvações são suas figuras históricas antigas, Lula à frente e emblemátricos como Jaques Wagner, na Bahia.
Sem dúvida, Lula tem se constituido um lider inquestionável por sua capacidade de sobrevivência política, sobretudo agora que parecia sepultado e renasceu das cinzas diante dos erros de Bolsonaro, sendo o virtual candidato a presidente. E, na Bahia, objeto de nossa praia política, o PT saca do velho colete surrado o ex-governador Jaques Wagner, o qual já administrou o estado por 8 anos (2007/2014) e deseja, novamente, retornar ao Palácio de Ondina.
Não foi um lance organizado pelo PT, em si, pelas diferentes forças políticas que compõe o partido, mas, a partir de uma articulação do próprio Wagnar que controla os diretórios de Salvador e o estadual e lançou-se pré-candidato colocando o governador Rui numa saia justa.
Rui, todos sabemos, foi a renovação mais importante do PT em sua história de 40 anos na Bahia. Wagner apostou nele um companheiro do Pólo Petroquimico que se tornou vereador da capital e foi alçado à condição de deputado federal, graças ao apoio do então governador.
Daí, Wagner levou-o para o governo em seu segundo mandato e construiu sua candidatura a governador, bem alicerçada na sua gestão com o apoio federal da então presidente Dilma Rousseff. Os demais - Gabriele, Caetano e outros - foram rifados em nome da renovação e Rui elegeu-se governador em 2014.
Rui, governador bem avaliado e que já tem seu cabedal político próprio, não soube construir um novo nome para substitui-lo, no estado, ainda que tivesse a olhos vistos quase ao seu lado, na cidade de Lauro de Freitas, um nome que poderia causar: a prefeita Moema Gramacho, luluista de carteirinha e que faz uma boa administração.
Rui até tentou uma renovação no PT de Salvador com a candidatura da major PM Denice Santiago a prefeita da capital, em 2020, sem sucesso, uma vez que sua articulação foi tardia e feita sem o apoio de outros caciques petistas, inclusive Wagner. No plano estadual, porém, Rui não se mexeu e Wagner se apresentou no vácuo deixado pelos espaço vazio.
Havia nomes a ser trabalhados? No próprio PT, entre os parlamentares, não. Na Assembleia, salvo Robinson Almeida, todos são antigos com vários mandatos na Casa. Na Câmara dos Deputados, a mesma coisa. E quem já cansou de tantos mandatos - como foi o caso de Nelson Pelegrino, várias vezes candidato a prefeito de Salvador - optou para ocupação uma vaga num Tribunal de Contas.
No secretariado até havia um nome - Fábio Vilas Boas, da Saúde - mas, ele prórpio, num gesto impensado destruiu sua carreira administrativa no âmbito do estado, em episódio de agressão verbal a uma mulher, o que lhe custou o cargo.
Esse é o quadro. Rui não tem saída. Ou apoia Wagner ou ficará a ver navios. O nome a ser trabalhado - em nossa opinião seria o de Moema - mas não creio que ainda haja tempo para isso, uma vez que Wagner avançou o sinal, se colocou como pré-candidato, o senador Otto Alencar (PSD) ao que tudo indica vai apoiá-lo e ainda resta na base governista, a saber, as posições do senador Angelo Coronel (PSD) e do vice-governador João Leão (PP), já anunciado como "o ligeireza" para se alinhar com o "correria" de Rui e oposto ao "wagareza" de Wagner, que também deseja ser candidato.
O PT, pois, envelheceu e pode pagar um preço alto por isso. Em alguns estados já está pagando pois sequer tem nomes como competitivos como candidatos a governadores.