Política

MORO DIZ QUE STF E GILMAR ERRAM MUITO E LULA DEVERIA SEGUIR PRESO

Com informações do Diário de Pernambuco
Tasso Franco , Salvador | 20/01/2022 às 19:08
Ex-juiz Sérgio Moro
Foto: Marcelo Camargo Ag Brasil
   O ex-juiz e possível pré-candidato nas eleições presidenciais, Sergio Moro (Podemos), disse nesta quinta-feira (20) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deveria estar até hoje preso.

De acordo com ele, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), erra ao se despir do papel de magistrado e fazer críticas. 

“Não tenho nenhum problema pessoal com o ministro Gilmar Mendes. Acho que ele erra muito ao se despir do papel de magistrado e fazer essas críticas. Ele deveria ser um ator em favor do combate à corrupção, como já foi durante o mensalão, como foi antes de 2016. Sinceramente, o que eu espero é que ele volte a ter um papel dessa espécie. E ele erra quando, junto com parte do Supremo, profere essas decisões que afetam o combate à corrupção”, disse.
 
Moro afirma não ter problema em falar sobre a prisão do ex-presidente Lula. Em 2017, o ex-juiz condenou o petista, decisão posteriormente anulada pelo STF no julgamento de um habeas corpus, em 23 de março de 2021. A Segunda Turma da Corte considerou que Moro atuou com parcialidade em relação ao ex-presidente Lula.

“Eu não decretei a preventiva dele. Até poderia. Tinha motivos. Porque ele passava o tempo todo atacando o Judiciário e buscando intimidar o Judiciário e impedir que a gente fizesse o nosso trabalho. Por muito menos, o Supremo prendeu o Roberto Jefferson. Enfim, esperei o julgamento da primeira instância. Proferi a sentença. Esperei que o tribunal de Porto Alegre confirmasse a decisão. E foi o tribunal de Porto Alegre que mandou expedir o mandado de prisão. Mas só fez isso porque o ex-presidente tinha tido um habeas corpus denegado pelo STF em março de 2018. E ele foi preso. E ele foi lá cumprir a pena, onde ele deveria estar até hoje: cumprindo essa pena“, afirmou.

Para Moro, a revisão do STF sobre a prisão em segunda instância foi a "pior decisão". “A meu ver, da história do STF, por maioria. Eu tentei lutar contra isso. E depois veio a anulação da condenação do ex-presidente, com uma fantasia de que ele foi perseguido, e nunca foi. Nunca tratei isso do ponto de vista pessoal”, disse.