Ex-juiz avança para se consolidar como terceira via (Com informações do Valor Investimentos)
É o primeiro levantamento feito pela Modalmais/Futura Inteligência após a filiação de Moro, formalizada dia 10. Foram entrevistados, por telefone, 2.000 eleitores, entre os dias 16 e 20. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.
O instituto apresentou sete cenários para o primeiro turno. Naqueles em que Lula é incluído entre os candidatos, o petista lidera com desempenho que vai de 37% a 43,4% das intenções de voto. Lula é sempre seguido por Bolsonaro, que registra de 30,8% até 32,7%.
Nesses cenários, Moro aparece sempre em terceiro colocado, o que já foi identificado em cenários testados na sondagem de outubro. Os percentuais mais altos de Lula, Bolsonaro e Moro aparecem no cenário em que apenas os nomes deles foram apresentados. Neste caso, o ex-juiz atinge 17,4% dos votos. Os indecisos somam 1,9% e votos em branco e nulo são 4,7%.
Nas simulações sem Lula e sem Bolsonaro, Moro fica em primeiro lugar e Ciro, em segundo. O ex-juiz chega a 29,1% ante 19,4% do ex-governador, que é seguido pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT), com 18,3%. Votos em branco ou nulo, no entanto, chegam a 26,8% e os indecisos somam 3,21%.
Na interpretação do instituto, Moro não interferiu nas intenções de votos de Lula nem de Bolsonaro. "O crescimento de Sergio Moro (Podemos) se dá a partir da diminuição dos votos de quem anteriormente estava indeciso ou optava por votos em branco ou nulo", diz o relatório.
Na pergunta espontânea, em que o entrevistador não apresenta nomes ao eleitor, Lula e Bolsonaro foram os mais citados, com 32,6% e 29,6%, respectivamente. Ambos tiveram desempenho semelhante ao registrado nas quatro pesquisas anteriores. O ex-juiz, por sua vez, na sondagem espontânea de outubro não havia atingido 1% (0,8%) e agora passou para 4,7%.
O instituto perguntou, também sem mostrar a relação de nomes, quem são os possíveis candidatos. Bolsonaro foi o mais citado (49,5%), seguido de Lula (45,3%). Taxa relevante, de 41,5%, respondeu que não sabe. O terceiro nome mais citado foi o de Moro (17,9%), depois o de Ciro Gomes (14,4%) e Doria (6,9%).
Os candidatos do PSDB, que ainda não definiu quem representará o partido em 2022, também continuam com baixos percentuais de intenção de voto. O governador de São Paulo, João Doria, tem desempenhos que oscilam entre 1,9% e 4,1%. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, vai de 1,4% a 3,1%. Doria e Leite disputam as prévias partidárias, cuja votação foi suspensa no domingo por problemas no aplicativo usado para coleta de votos.
Nos cenários de segundo turno, Lula derrotaria Bolsonaro (49,2% a 38,4%) e Moro (por 46,6% a 33,6%). Numa segunda etapa entre o atual presidente e o ex-juiz, Moro seria eleito por estreita margem (38,8% a 35,7%).
Bolsonaro tem a maior rejeição entre os candidatos testados. Declaram não votar no presidente em "nenhuma hipótese" 47,4% dos entrevistados. Lula tem a segunda maior rejeição (39,9%), seguido por Doria (24,2%) e Moro (19,7%).