Veja no comentário de Tasso Franco a estratégia organizada pelo governador João Doria para chegar ao Palácio do Planalto
Tasso Franco , da redação em Salvador |
06/11/2021 às 18:51
Dória de mãos dadas com o deputado Adolfo Viana
Foto: BJÁ
Em conversa com jornalistas baianos da área política, hoje, no Hotel Wish, Campo Grande, Salvador, o governador de São Paulo, João Doria, mostrou-se otimista de que vencerá as eleições prévias no PSDB, próximo dia 21, e as eleições para presidente da República, em 2022.
Óbvio que um pré-candidato tem que se apresentar desta maneira. Inusitado seria se dissesse que não é competitivo. Há, no entanto, alguns obstáculos que Doria precisa transpor até chegar ao Palácio do Planalto.
As prévias no PSDB, menos mal. Caminha para que tenha triunfo e o partido saia maior do que se encontra na atualidade, com Eduardo Leite e Artur Virgilio disputando o mesmo espaço, ambos, certamente, se pederem (ou se o perdedor for Doria) se unirão pelo bem comum que é o combate a Bolaonaro e a Lula.
Entra em cena, portanto, o segundo obstáculo que é o 'tucano' se inserir nesse contexto, atualmente, polarizado, entre Lula x Bolsonaro. O Brasil nunca experimentou uma campanha em que um 'tercius' tenha derrotado os favoritos. Que digam Ciro Gomes e Marina Silva. E, em tempos idos, Ulysses Guimarães e Mário Covas.
Em política, no entanto, tudo é possível. Doria acredita que expondo as mazelas dos dois (Bolsonaro e Lula) e apresentando um programa para o país de forma propositiva conseguirá tal feito. Tudo isso já tem na cabeça e até, em linhas gerais, apresentou aos jornalistas baianos com cinco pontos propositivos: educação, saúde, resgate social, empregos e segurança; e exposições dando conta do projeto de poder de Lula, que considera 'roubar o Brasil'; e de Bolsonaro, 'anarquisar o Brasil'.
Resta saber se a população vai acreditar nele e como se dará esse processo, uma vez que, hoje, o grande adversário de Lula é Bolsonaro e vice-versa; e já tem Ciro Gomes batendo nos dois. Doria também batendo nos dois (Lula + Bolsonaro) seriam dois martelos (Dória + Ciro) nos mesmos pregos.
Ademais, parece-nos, a fala de Bolsonaro contra Lula (e vice-versa) está agradando mais à população ainda que haja um percentual imenso de brasis que não querem nem Lula; nem Bolsonaro. Nesta semana, por posto, a atriz Fernando Montenegro, nova imortal da ABL, se posicionou nesta direção. Há, dessa forma, um vácuo a ser preenchido e Doria está convicto que preencherá.
De fato, em relação aos demais apontados como prováveis terceiras vias (Mantega, Pacheco, Moro, Taleb, etc) tem o que apresentar, fatos e dados de sua administração em SP, o que é real e pode fazer a diferença.
Na educação, por exemplo, saltou de 363 escolas em tempo integral para 2.030 com investimentos de R$7.2 bilhões e atendimento a 1.128.000 alunos. E, tem muita coisa mais para mostrar, em especial, o fato de ter sido o pioneiro ao trazer ao Brasil a vacina contra a Covid.
Por isso mesmo, já está sendo chamado de Senhor Vacina, titulo que será difícil destroná-lo. E bolsa por bolsa - bolsa familia, auxilio emergencial - tem a Bolsa do Povo que oferece R$535,00 a muitos paulistas.
Esses são diferenciais importantes numa campanha, mas, que precisam sair do âmbito de SP e chegar ao Brasil que é um país continental e com muitos analfabetos. Se conseguir disseminar isso as pessoas acreditando que a escola integral será nacional e a segurança vai melhorar, avança.
Mas é óbvio, também, que nem Lula; nem Bolsonaro vão ficar parados vendo Doria avançar. Caso avance, também passa a ser vidraça, o que, para quem está em baixa nas pesquisas, hoje, é bom. O fale mal de mim ajuda um candidato a crescer desde que sua estratégia de campanha contemple alternativas.
Então, vamos acompanhar esses passos de Doria para ver o que acontecerá.