Abre-se, assim, uma enorme janela para a concretização de uma terceira via na disputa presidencial, em 2022, uma vez que esse eleitorado flutuante, que continua sem querer o 'lulismo' ainda mais com Lula à frente, está aguardando o desenrolar dos acontecimentos para se posicionar. Portanto, as pesquisas de intenções de votos que estão sendo realizadas hoje não servem para coisa alguma, ainda que sinalizem a bipolaridade Lula x Bolsonaro.
A questão primordial é quem será o protagonista desta terceira via uma vez que o candidato do PDT, Ciro Gomes, continua sem empolgar o eleitorado; João Dória, governador de SP, também não tem sensibilizado os eleitores; e nomes com Freixo e Marina Silva estão fora de sintonia.
Uma alternativa seria o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), o qual vem fazendo um governo incorruptível no seu estado, é jovem, gay assumido, e tem um discurso que agrada exatamente aqueles que votaram em Bolsonaro acreditando que ele poderia redimir o Brasil da politica de conveniência, e que, ao dizer que é o Centrão e abraçar o Centrão, decepciona de todo.
Quem imaginou que Bolsonaro poderia ser o presidente com ideias fora desse contexto, com uma política na área econômica que livrasse o país das eternas estatais deficientes e que sobrevivem às custas dos brasileiros, e a TV Brasil e o Correios são exemplos bem claros de que tudo segue como no Quartel de Abrantes, que praticasse as reformas estruturantes, o que se vê, após quase 3 anos de gestão é uma anti-gestão, uma paranóia, uma confusão, um diz-se num dia e desfaz o dito no outro dia (é só observar as recentes declarações do presidente sobre o escandaloso Fundão eleitoral de R$5.7 bi) e o brasileiro (salvo os lulistas e os apaixonados bolsonaristas) está só, náufragos no meio do mar, a espera da mão salvadora da terceira via.
Se o PSDB não fosse um poço de vaidades, agora com seu cacique-mor apoiando Lula, mesmo depois dos petistas gritarem durante 4 anos 'Fora FHC' se uniriam em torno de Eduardo Leite. Um jovem com pés no chão, bem diferente de Lula e Bolsonaro, com um discurso pronto e que se encaixaria numa nova esperança do povo brasileiro. Dória, outro cacique tucano emplumado, acha que é a sua vez, sem entender o que se passa no Brasil nos dias atuais, sem um discurso para esse enfrentamento, e com muitas arestas no seu governo, além de frágil em alianças nos estados.
Como, por exemplo, Dória faria uma campanha na Bahia o estado mais importante do Nordeste em termos eleitorais? Rui Costa, o governdor, apoia Lula; Wagner, o provável candidato petista e da base ruista a governador, apoia Lula; ACM Neto está com Ciro Gomes, mas, já abriu uma persiana para Eduardo Leite; João Roma é o candidato de Bolsonaro. O deputado federal do PSDB no Estado, Adolfo Viana, e o prefeito de Mata de São João, ex-presidente do PSDB no estado, João Gualberto, e mais o ex-deputado federal Jutahy Magalhães Jr ciceronearam Leite, na visita que fez, recenemente, a Salvador. Dória iria com quem?
Bolsopnaro, supõe-se, ao entregar os anéis ao Centrão (não se sabe se segurará às mãos) aposta, ao que tudo indica, que a disputa será mesmo contra Lula (sem terceira via) e ele poderá recuperar os votos desse eleitorado flutuante que já foi seu. Mas, alianças políticas; nem sempre representam votos nas urnas. E o risco dele ficar a pé na estrada poderá crescer ainda mais. Na prática, vamos aguardar os próximos acontecimentos para comentarmos. (TF)