Baptista diz que não é recado a senador e sim respeito às instituições
Tasso Franco , da redação em Salvador |
09/07/2021 às 09:43
Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista
Foto: DIV
O tenente-brigadeiro da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior disse em entrevista a O Globo, publicada nesta 6ª feira (9.jul.2021), que a associação entre os militares e as suspeitas de corrupção apuradas pela CPI (Comissão de Inquérito Parlamentar) da Covid no Senado tem incomodado a corporação. Apesar de criticar a forma como as investigações estão sendo conduzidas, ele afirma que as Forças Armadas não vão tolerar o envolvimento de militares em ilegalidades.
Baptista reforça que os militares, como qualquer outro cidadão, devem respeitar a Constituição. Ele também afasta a possibilidade de um suposto apoio a um golpe de Estado, que já foi especulado algumas vezes.
Em nota emitida nessa 4ª feira (7.jul), o Ministério da Defesa e os comandantes das Forças repudiaram falas do senador Omar Aziz (PSD-AM), que preside a CPI. No comunicado, eles afirmam que Aziz fez declarações “desrespeitando as Forcas Amadas e generalizando esquemas de corrupção“.
“As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro“, informaram no documento assinado pelos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica e pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Durante o depoimento do ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, Aziz disse que “os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia”. “Fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do Governo”, completou o senador.
Segundo interpretação das Forças, o senador colocou o seu discurso “de forma generalizada“. Baptista cita na entrevista que comentários como o de Aziz já aconteceram antes, “particularmente em relação ao general [Eduardo] Pazuello, ao Elcio [Franco]”.
“A CPI acontece para levantar os fatos e as possíveis responsabilidades, mas a gente precisa saber que é um inquérito, é uma fase investigativa“, afirmou o militar.
Quando questionado quais seriam os mecanismos legais de resposta às declarações do presidente da CPI, Baptista afirma que “homem armado não ameaça“, enfatizando que a nota foi em prol do respeito às instituições e não um recado ao senador.