Política

CLIMA QUENTE NA CPI COVID: OTTO É CHAMADO DE COVARDE E REAGE NO SENADO

Dois bate-bocas com Otto Alencar
Da Redação , Salvador | 09/06/2021 às 12:36
Senador Otto Alencar rebateu
Foto: Ag Senado
   A CPI da Pandemia no Senado Federal começou quente na manhã desta quarta-feira, 9. Durante aprovação de requerimentos, os senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Otto Alencar (PSD-BA) bateram boca e precisaram ser contidos pelos colegas de Congresso.

A discussão começou após Rogério, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro, questionar o requerimento apresentado pelo senador baiano para a convocação da diretora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Francieli Fortunado.

Após retrucar o questionamento, Otto foi chamado de "Covarde" pelo senador e rebateu: "Covarde é vossa excelência. Covarde é quem está no governo. Quem tem coragem está contra o governo”.

Outros senadores presentes na comissão precisaram intervir e o vice-presidente da mesa, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu que o senador Marcos Rogério mantivesse o respeito para com o colega.

OUTRO BATE BOCA

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), precisou suspender por dez minutos a sessão de depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em razão de uma discussão acalorada entre o titular da pasta e o senador Otto Alencar (PSD-BA). Apesar de Queiroga já ter demonstrado irritação em outros momentos da oitiva, o debate foi o mais acirrado até agora. O bate-boca começou após o senador perguntar se Queiroga tinha lido as bulas das vacinas contra Covid-19 aplicadas no País, recebendo uma resposta negativa. Otto classificou o ato como "irresponsável". O depoimento já foi retomado.

Ao questionar a escolha do ministério sobre o período de aplicação da segunda dose da vacina da Pfizer, Alencar esquentou o interrogatório de Queiroga, e o tom do ministro também se elevou. "Vossa excelência não pode querer desqualificar a autoridade sanitária do Brasil por ter lido ou não uma bula", respondeu Queiroga ao senador. "O senhor está levantando a voz para mim", rebateu Alencar. "Não estou não", disse Queiroga.

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A vacinação de gestantes também gerou uma discussão entre o ministro e o senador. Foi quando Aziz precisou intervir e suspender a sessão. "Me fala a verdade, ministro. A ciência não pode mentir", disse Alencar. "Eu sempre falo a verdade", respondeu Queiroga. "Não fala, não", rebateu o senador, que chamou o programa de imunização no Brasil de "pseudovacinação". Irritado, Queiroga retrucou. "Apliquei 70 milhões de vacinas pelo Brasil", disse o ministro, que pediu que Aziz colocasse "ordem" na sessão.


Antes de fazer as perguntas ao ministro, Alencar exibiu um vídeo com episódios em que o presidente Jair Bolsonaro foi "grosseiro" ao se dirigir a mulheres. A exibição foi uma resposta aos que criticaram o tratamento dado pelo senador à médica Nise Yamaguchi durante depoimento na CPI, entre eles, Bolsonaro. "Não fui grosseiro com a doutora Nise", disse Alencar.

Vacinas

O ministro da Saúde afirmou aos senadores que as vacinas russas Sputnik V, contratadas pelo consórcio de governos estaduais do Nordeste, serão incorporadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI) e os Estados que fizeram a contratação serão ressarcidos pela compra. Durante depoimento à CPI da Covid, Queiroga, entretanto, destacou a necessidade da realização de estudos de efetividade do imunizante.