A próxima ação petista é tornar Lula inocente de todos os processos
Tasso Franco , da redação em Salvador |
09/11/2019 às 10:21
Lula sai da cadeia e critica parte do Poder Judiciário
Foto: Rep
Diante de decisão do pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) que por maioria (6x5) decidiu extinguir a prisão em segunda instância só permitindo aos de colarinho branco a cadeia após o trânsito em julgado, uma espécie de terceira instância, já foram soltos o ex-presidente Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu, ideólogo do PT, e o ex-governador de Minas Gerais, PSDB, Eduardo Azeredo, e na fila estão quase 5000 réus a deixar o xadrez, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Pelo exposto, os dois principais líderes já soltos, os demais também serão, rapidamente, uma vez que os juizes não irão confrontar o STF.
As consequências dessa avalanche ainda são imprevisíveis, mas, certamente, advogados de defesa de Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Antonio Palocci e Sérgio Cabral também irão recorrer para serem soltos. E réus de ações criminosas não envolvidos na política também recorrerão como é o caso, entre outros, de um dj de bailes funk do Rio de Janeiro, Rennan da Penha.
Esperar que o Congresso vote uma lei PEC que restabeleça a prisão em segunda instância parece-nos possível, porém, improvável diante da fragilidade da base governamental.
Causa espécie, desde já, que embora Lula não tenha sido absolvido da pena imposta pela Justiça de 8 anos e 10 meses de cadeia, apenas solto para que responda o trânsito em julgado, o que não há data para tal, o ex-presidente saiu da cadeia criticando o que chamou de banda podre da Justiça, o MPF, a PF e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o presidente da República.
Ora, seria essa banda pobre também os 5 ministro do STF que votaram pela permanência da cadeia em segunda instância? Seriam os procuradores do MPF e da Lava a Jato? De quebra, como é do seu perfil bateu firme em parte da imprensa, a Rede Globo de TV.
E o que é mais sintomático: nenhum desses entes reagiu a fala de Lula, o qual já tem novo ato programado para este sábado na região do ABC paulista.
Pode, um réu fazer esse tipo de evento? No estado democrático de direito isso não é permitido uma vez que o respeito ao Poder Judiciário e a entes da República são consagrados pela Constituição. Se tal procedimento é permitido, sem ressalvas, todos os demais réus a serem soltos podem também armar palanques nas praças públicas.
Lula se comporta como se preso político fosse, um perseguido, um injustiçado, quando, na realidade, o que pesa sobre seus ombros são processos por corrupção e lavagem de dinheiro.
Caberia, então, à Justiça, quiça ao STF, já que a corte suprema decide tudo, autorizar que Lula faça comícios e destrate seus adversários. Da forma que se passa, Lula desmoraliza a todos aqueles que se opõem a ele, ainda réu, impunimente.