Política

Movimento em defesa do forró faz mas uma reunião na Câmara de Salvador

Representantes da ONS querem também políticas públicas em defesa do gênero musical
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 02/08/2018 às 18:39
Encontro ocorreu no Centro de Cultura da CMS
Foto: Sidney Nóbrega

Mais uma reunião do Movimento da Bahia e do Brasil em Defesa do Registro das Matrizes do Forró como Patrimônio Cultural foi realizada no Centro de Cultura da Câmara de Salvador, com o apoio da vereadora Aladilce Souza (PCdoB). O encontro aconteceu na manhã desta quinta-feira, 2, tendo como objetivo a instrução do processo em tramitação no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), solicitando o registro das matrizes do forró como patrimônio cultural do Brasil.

O reconhecimento foi requerido em 2011 pela Associação Cultural Balaio do Nordeste. Desde então, a ONG vem realizando diversos fóruns estaduais com o objetivo de mobilizar os forrozeiros, promover espaços para o debate de questões importantes para a dinâmica desta manifestação artística e discutir temas pertinentes ao pedido de registro.

Financiamento público

Segundo Rozania Macedo, presidente do Conselho Deliberativo do Movimento, um processo desses no Iphan leva entre 8 e 10 anos até a sua conclusão. Além disso, afirmou, a mobilização é também por políticas públicas em defesa dos bens imateriais que devem ser resguardados.

De acordo com o forrozeiro, cantor, sanfoneiro e compositor Júlio César, no momento em que o forró for reconhecido como patrimônio cultural pelo Iphan as apresentações dos artistas deste gênero musical poderão ser financiadas pelo Ministério da Cultura e pelos governos estaduais. “Isto é muito importante, pois atualmente as apresentações de forró estão totalmente à mercê das condições do mercado”, argumentou.

Para o deputado federal Nelson Pelegrino (PT), “este movimento é fundamental porque o forró é uma das manifestações mais genuínas do Nordeste e o seu reconhecimento como patrimônio imaterial pelo Iphan consolidará esta importante vertente da nossa cultura”. Ele também recordou que foi iniciado em 2016, na Paraíba e em outros estados do Nordeste, um movimento para a contratação de um percentual mínimo de forrozeiros para as festas de São João. “Afinal, é necessário manter a cultura do forró”, frisou.

Artistas de diversas cidades, como Feira de Santana, Camaçari, Simões Filho e Caetité participaram do encontro. Também integraram a mesa do evento Joana Alves, coordenadora nacional do Movimento, e Wdileston Souza, diretor de Territorialização de Cultura da Secretaria de Cultura da Bahia.