Política

Combate ao transporte escolar clandestino é debatido na Câmara de SSA

Audiência sobre táxis e Uber foi interrompida por desentendimentos entre os participantes
Limiro Besnosik , da redação em Salvador | 04/05/2018 às 22:19
Audiência sobre o transporte escolar
Foto: Reginaldo Ipê

O combate ao transporte escolar clandestino foi tema de uma audiência pública, promovida pelo vereador Maurício Trindade (DEM) nessa quinta-feira, 3, no auditório do Ed. Bahia Center (anexo da Câmara de Salvador). Representantes dos transportadores legalizados estiveram presentes.

De acordo com o democrata, “muitos usuários utilizam serviços que trabalham de forma ilegal. Não é usado o cinto de segurança, os jovens são acomodados no porta-malas do veículo e existe ainda o risco de sequestro. É preciso criar uma norma que cuide desse problema antes que ocorra alguma tragédia”.

Segundo o coordenador de táxis e transportes especiais da Secretaria Municipal de Mobilidade, Marcelo Tavares, é necessário o engajamento das instituições de ensino e também dos pais de estudantes para o enfrentamento da clandestinidade: “É injusta a concorrência, vocês possuem compromisso com horários, passam por inspeções e vistorias, além de pagar custos mensais”.

O ex-vereador e ex-deputado Capitão Tadeu sugeriu que a categoria procurasse a Secretaria de Segurança Pública da Bahia para denunciar as irregularidades, “pois vidas de crianças também podem estar em perigo”.

A presidente do Sindicato dos Transportadores Escolares e Turísticos do Estado da Bahia (Sintest), Simone Rosas, cobrou do Executivo Municipal mais fiscalização: “Por falta de atuação efetiva a clandestinidade ocorre com frequência em colégios de vários bairros de Salvador”.

Taxistas X motoristas de aplicativo

Já a duscussão sobre a regulamentação do transporte de passageiros por aplicativos, também realizado na quinta-feira, 3, precisou ser interrompido pelos desentendimentos surgidos entre as duas partes. Mesmo com o apoio da Polícia Militar, o debate, proposto e mediado pelo presidente da Comissão de Transporte, Trânsito e Serviços Municipais, vereador Hélio Ferreira (PCdoB), terminou mais cedo por falta de entendimento entre as partes.

Para o edil, “as duas categorias são importantes para a cidade e precisam ser devidamente valorizadas”. Ele destacou a importância da presença do secretário municipal da Mobilidade, Fábio Mota, no encontro: “Essa é uma das grandes demandas da Comissão de Transporte. Todos querem saber como será a regulamentação dos serviços de táxi e transportes em Salvador”.

A esperada fala de Mota foi bem recebida pelos taxistas: “A evolução faz parte de qualquer grande metrópole e é bem vinda, mas quem está chegando [motoristas por aplicativo] não pode atropelar quem já está estabelecido [taxistas]. É claro que a prefeitura vai pensar na questão dos empregos que são criados com os aplicativos. Mas temos que analisar, também, os que perdem os seus postos. Procuramos uma boa solução para todos”.

Os ânimos exaltados tiveram que ser contidos em alguns momentos por policiais militares e por Hélio. Os próprios sindicatos dos motoristas de Uber também brigaram entre si pelo direito de representar a categoria. “Se nem vocês, que defendem o mesmo lado, conseguem chegar a um entendimento, imaginem como é complicado elaborar essa regulamentação”, disse o secretário.

Presidente do Sindicato dos Motoristas por Aplicativos e Condutores de Cooperativas do Estado da Bahia, Átila Santana, defendeu a categoria: “Ninguém está rodando por aplicativo porque quer. Pagamos muitos impostos e somos explorados. Perdemos 25% do que ganhamos para e empresa, somos obrigados a entrar em locais perigosos. Essa questão tem que ser olhada com muita imparcialidade porque todos somos cidadãos”.