“O custo por quilômetro do BRT em Salvador é duas vezes maior que o do Rio de Janeiro. Qual a explicação para o gasto de dinheiro público com um modal que não vai atender bem a cidade? A prefeitura precisa explicar e mostrar transparência”. A afirmação é da líder da oposição na Câmara Municipal, vereadora Marta Rodrigues (PT).
Segundo ela, o projeto, além de ser ultrapassado, tem um valor exorbitante que destoa do que foi gasto com o mesmo modal nas principais capitais do País. A petista diz ter oficiado a prefeitura em abril de 2017 cobrando o estudo que fundamenta a construção do trecho inicial de 2,9 quilômetros por R$ 376 milhões, ligando regiões da Lapa ao Iguatemi, mas não obteve respostas.
Em abril deste ano, cobrou do executivo municipal o estudo de impacto da vizinhança e ambiental, com a construção dos quatro elevados: “Esse é um valor exorbitante. Já existe um sistema viário desenvolvido nesse trecho Lapa Iguatemi, inclusive com o metrô, ao contrário das áreas mais carentes de Salvador, onde poderia haver investimento em transporte”.
Ela aponta outros problemas graves, a exemplo da construção de quatro elevados somente no trecho 1, dos tamponamentos dos Rios Camarajibe e Lucaia e a derrubada de 579 árvores. “Somente a construção dos elevados representa R$ 179,3 milhões”.
Enquanto um quilômetro do modal da capital baiana vai custar cerca de R$ 150 milhões (R$ 377 milhões para e tem apenas 2,9 km) na capital carioca o investimento foi de apenas R$ 70 milhões. Lá, foram 28 quilômetros, com a aplicação de quase R$ 2 bilhões.
Segundo dados dos sites de transparência dos municípios, em Belém, são 20 km a R$ 583 milhões (R$ 27 milhões/km); em Fortaleza, 17,4 km a R$ 145 milhões (R$ 8,3 milhões/km); Recife, R$ 197,7 milhões para 15 km (R$ 13 milhões/km). “Mais uma vez, falta transparência à prefeitura de Salvador”, disse ela.